Políticas de nacionalidade e imigração

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Comentários

  • @cataturj Li e " na teoria " é lindo.

    Quero ver a prática, e quanto tempo levarão pra resolver TODAS as questões.

    Tá osso.

    Já vi que nunca mais vão sair de 2021 os processos. Pelo menos os 1D.

    Há riscos ainda de judicialização dos mesmos, já que na " esfera administrava " nada anda!

    Reforçando novamente: " Minha mãe com proc congelado. E de meus tios já com assento "

  • editado June 3

    Agora, uma pergunta aqui a quem sabe mais.... Qual a média de processos diários que um conservador tem de lidar?

  • editado June 3

    @Guimaraesporto Segundo os sites:

    [removido]

    2 - 240 oficiais de registo e 50 conservadores integram os ...XXIV Governo Constitucionalhttps://www.portugal.gov.pt › comunicacao › noticia › i...

    Em 2021, ano em questão, foram entrados mais de 195 mil processos e em 2023, haviam 50 conservadores trabalhando no IRN.

    195.000 / 50 = 3900 processos por conservadora no ano (Isso para finalizar o ano de 2021)

    3 - Portugal | Quantos dias úteis no ano de 2024?Calculadora de dias úteis em Portugalhttps://www.dias-uteis.pt › quantos_dias_uteis_no_ano_2...

    Este último site diz que em 2024, haverão 253 dias úteis em Lisboa.

    3900 / 253 = 15,42 Processos para cada conservador por dia para terminar o ano de 2021.

    É muito trabalho para pouca gente. Isso ai ainda em condições normais, mas sabemos que há muita coisa que acontece que não permite que o dia seja tão efetivo assim. E acho bem impossível tratarem essa quantidade de processos num único dia. Devem lidar com menos do que isso e a prova é a demora. (Sim, eu sei que há processos presos na AIMA / UCFE e não é culpa dos conservadores) Enfim ...

    Precisam, urgentemente, de mais gente para trabalhar.

  • Sobre a questão dos que iam com visto de turista para conseguir trabalho já estando lá, convenhamos: é mesmo um absurdo a lei permitir isso. O visto é de TURISTA 😁. Reforço que eu NÃO estou criticando quem FEZ isso (muitos por situações ou conjunturas que eu sequer imagino), estou dizendo que a LEI é que é (era) absurda.

    Agora a coisa ficará certamente mais ordenada. A pessoa, do seu país, pede para ir trabalhar, comprova ou que tem um skill necessário a Portugal ou que já tem um contrato de trabalho, e aí sim recebe o visto. Senão vira zona.

  • @ecoutinho e @welinty , também não vou me estender muito (por isso não tinha nem respondido sua mensagem antes, welinty, nada pessoal) porque senão daqui a pouco o admin vai ter que criar um subforum sobre política. 😂

    Minha posição é muito parecida com a do ecoutinho. Os exemplos do 👻 da esquerda usados por parte da direita são todos ou ultrapassados, ou falsos, ou ambos. China? Só é comunista no papel e para manter a elite (essa sim altamente capitalista) dominando o povo. URSS? Deixou de existir faz tempo (mais tempo do que alguns aqui no forum tem de vida) e também tinha uma elite que explorava o povo, exatamente como na ditadura aqui no Brasil que, fingindo lutar contra o "comunismo" nada mais fez do que lotear o país para seus parentes e amigos ("ah, o General arrumou um emprego pro meu filho na EmbraQualquercoisa"). Venezuela? Até hoje pagamos essa conta, com as filhas """solteiras""" dos militares ganhando os tubos de pensão, por exemplo (sei que a lei já mudou, mas elas começaram a receber a "pensão" tão cedo que ainda tem um monte delas ganhando dezenas de milhares de reais por mês por aí sem nunca ter trabalhado UM DIA na vida).

    A ditadura incutiu na cabeça de boa parte de uma geração que tudo o que não é capitalismo selvagem à la EUA é "comunismo". Esses "doutrinados" acabaram transferindo essa ideia mentirosa usada pela ditadura para dominar o povo (enquanto os que estavam no poder loteavam o país) para seus filhos, e cá estamos, hoje, na absurda dicotomia de falar que a Europa é uma maravilha, querendo nos mudar pra lá, enquanto dizemos que tudo o que é de esquerda é ruim. Só que a Europa (ocidental) quase toda É de esquerda. Mesmo quando não governados por partidos com "socialista" no nome (na verdade são sociais-democratas hoje, Portugal assim estava até pouquíssimo tempo), consideram intocáveis coisas como saúde pública, educação, segurança, bem-estar social e afins. Alguém já viu o Macron (centro-direita) falando de acabar com a Sécurité Sociale, por exemplo? Até no Reino Unido, epíteto da direita na Europa Ocidental, para minar a NHS os conservadores passaram anos agindo de forma dissimulada (como é feitio deles), tentando destruir e privatizar aos poucos, porque sabem que se fizerem isso às claras não se elegem nem para representante de turma depois.

    Esses sistemas são perfeitos? Não. Mas o que existe lá seria chamado aqui de "delírio de esquerdopatas" por boa parte da direita brasileira, que não vota em partidos "de esquerda", mesmo quando os concorrentes são TODOS reconhecidos corruptos, porque "eles vão transformar o Brasil em uma Venezuela". Mesmo quando o cara é candidato a prefeito ou vereador, onde nem se ele QUISESSE poderia fazer isso.

  • editado June 4

    Há uma publicação preliminar da AIMA (saiu em um jornal de PT) que mostra o percentual de estrangeiros (ou seja, os que ainda não obtiveram cidadania) residentes em PT em 2023:

    Do total de mais ou menos 1 milhão de residentes (cerca de 10% da população de PT):

    Brasil: 35%

    Angola: 5,3%

    Cabo Verde: 4.6%

    Reino Unido: 4,5%

    Índia: 4,2%

    Itália: 3,4% (aqui se desconfia que parte seja BR com dupla cidadania; conheço alguns assim)

    Guiné: 3,1% (imagino ser Guiné Bissau, antiga colônia de PT)

    Nepal: 2,8%

    China: 2,6%

    França: 2.6%

    Ou seja, mesmo que Paquistão, Bangladesh, Sri Lanka etc estejam logo abaixo na faixa de uns 2%, todos esses países do "sul da Ásia" juntos não são um % tão significativo assim, especialmente em relação à população total de PT, Mas são facilmente reconhecíveis na rua como sendo de outro grupo étnico (não-europeu e não-CPLP). o que aumenta sua visibilidade e a percepção que "há muitos". E, como muitas comunidades imigrantes no mundo todo, tendem a se concentrar geograficamente em algumas áreas. Por exemplo, notei isso andando por certas ruas do Porto.

    Fica a dúvida sobre quem está ou não incluído nesses dados da AIMA.

  • Os indianos também estão incluídos nos grupos atingidos por esta mudança na lei, e sozinhos tem 4,2%, o que não é desprezível.

  • @caiofaria


    Sua conta está errada nas duas pontas.

    1. O artigo que você citou, onde se fala de 50 conservadores, não trata do total de profissionais no IRN, e sim de um reforço que estava para ser contratado. O quadro de pessoal mais atualizado está disponível aqui:

    2. Por outro lado, é preciso entender que o IRN não cuida só de processos de nacionalidade e nem todos os conservadores tratam de nacionalidade.

    Em todo caso... existe uma deficiência de profissionais, isso já é bem conhecido. O número de processos deve começar a cair ao longo de 2024 pra frente, pois endureceram bastante as regras para sefarditas, e a "grande onda" de processos de netos que começou quando mudaram a lei e facilitaram a questão do vínculo com Portugal para as pessoas nascidas no Brasil, também já está passando. Quem tinha direito e interesse, já mandou o processo.

    O que vamos ver daqui pra frente serão mais processos de filhos, mas esses são mais simples e rápidos.

    A grande dificuldade é lidar com o passivo que já está lá. Mas isso mesmo se não fizerem nada, vai se resolver naturalmente com o tempo. Mas é claro que a gente quer que finalize logo!

  • Para quem tem curiosidade, aqui está o texto completo do Plano de Ação para Migrações.

    A palavra "nacionalidade" é mencionada apenas uma vez, no contexto "Realizar uma auditoria aos procedimentos de formação e avaliação linguística realizados para efeitos da obtenção da nacionalidade portuguesa."

    No mais, de concreto mesmo só o fim da "manifestação de interesse". O resto são promessas. "vamos rever", "vamos redistribuir", "vamos analisar", "vamos reforçar"... é um plano onde não há uma menção sequer a prazos ou de onde vai sair o dinheiro.


    ficheiro.aspx (portugal.gov.pt)

  • @ecoutinho Quando citei que a Europa não é exemplo de liberalismo não foi em tom ofensivo, até porque metade da minha família é europeia e atualmente estou para me tornar europeu também kkkkkk, citei no caso o protecionismo europeu que é algo até bom para a economia local e evita a concorrência desleal, tipo a China vendendo painéis solares a preço de banana enquanto os europeus sofrem para competir porque a mão de obra é mais cara e a produção é menor, EUA é um país todo estranho, ele tem um liberalismo OKAY e um protecionismo absurdamente forte (algo que todo país deve ter), como caso de empresas querendo funcionar nos EUA mas tem sede no exterior, ou criam uma Sede nos EUA ou não irão entrar e serão taxados o máximo possível, eles são bons em comprar produtos a preços de banana, Brasil é o maior exemplo disso, vendemos matéria prima a preço de banana e recompramos deles a preço de comércio por ter uma indústria totalmente fracassada e atrasada, tanto que o PIB da indústria trimestral nunca passa dos 1% e esse primeiro trimestre de 2024 ele chegou negativo, temos uma economia toda zoada por conta de protecionismo errado e corporativismo, veja a indústria dos veículos, décadas de protecionismo para fabricantes brasileiras e olha a piada, não temos nenhuma fabricante mais kkkkkkkkkkkkkkkk, Brasil é a fazenda do mundo e ao meu ver NUNCA será top 3 economia do mundo, sempre falaram que o Brasil é o futuro, de quem? das grandes empresas que gostam da concorrência quando elas estão atrás e estão perdendo, mas quando estão na frente adoram prejudicar a concorrência, esse é o capitalismo e tudo que há de ruim nele... o egoísmo humano puro.

  • editado June 6

    @andrelas Brasil é uma república de bananas, o que eu crítico não é a esquerda em si, mas sim a intervenção exagerada do Estado em tudo na vida das pessoas, o Estado hoje é praticamente uma mãe de todos, e não prolongando mais o assunto eu concordo, a direita brasileira é uma piada e sempre usam o argumento do fantasma do comunismo/socialismo para fazerem as cagadas deles e hoje às FFAA são uma piada porque tem armas atrasadas e o maior gasto deles não são em desenvolvimento de tecnologia, mas sim em aposentadorias e benefícios a filhas de altas patentes, não temos o que fazer, a nossa política sempre foi pão e circo, da até vergonha de ter um povo tão alienado, os políticos sempre usam algum evento grande para aprovar leis horríveis as escondidas, exemplo a crise no RS que aprovaram lei as escondidas e tem vezes que fazem a votação até a noite para não ser tão noticiado e a direita votando junto com a esquerda em tudo por baixo dos panos mas no final do dia sai colocando os esquerdistas como vilões e eles como mocinhos que querem o bem da população...

  • andrelasandrelas Beta
    editado June 6

    @welinty e @ecoutinho , acho que o que resume nossos problemas, independente de esquerda/direita, estatização ou privatização, é o seguinte: em Portugal, há pouco tempo, o ex-PM (Costa) teve seu nome ligado, pelo MP, a um caso de corrupção. Segundo o MP, seu nome teria sido citado numa escuta... Só que, na verdade, houve um erro de transcrição, e o citado foi o Ministro da Economia, erro esse que o MP admitiu depois. Mas o que o Costa fez, SABENDO que não era ele (afinal, ele sabia que nunca tinha participado da tal conversa, senão lembraria)? Renunciou, dizendo que um PM não poderia governar estando sob suspeita, o que causou uma nova eleição que tirou o PS do poder. OBS: não estou aqui defendendo (ou atacando) o PS nem dizendo que o Costa é bom (ou ruim), estou me atendo unicamente a este fato bizarro (na minha opinião, cabeças tinham que ter rolado no MP).

    Este tipo de postura é considerado básico na Europa: mesmo pequenos "escândalos" derrubam governos, presidentes, PMs, deputados, etc.

    Aqui no Brasil, o sujeito é filmado, gravado, visto, assina um papel, joga dinheiro pro alto, etc, tudo envolvendo corrupção, mas vai pra TV (ou YouTube/Twitter), diz que é inocente com a maior cara de pau e continua no cargo como se nada fosse, e fica por isso mesmo (e, de novo, não falo aqui de esquerda ou direita, isso é "normal" aqui em todos os espectros). O mesmo hoje ocorre nos EUA, por exemplo, com corruptos óbvios (que já eram corruptos muito antes de serem políticos inclusive) sendo endeusados pelo povo. Isso basicamente é consequência do POVO que, mesmo SABENDO que aquele sujeito é corrupto (gravado, etc, como disse), continua apoiando baseado em tudo o que não deveria (é melhor pra mim, defende ideias que eu defendo, então tudo bem ser um ser humano desprezível). "Decência" não é um atributo importante para a maioria dos eleitores brasileiros, infelizmente.

    Não defendo aqui que a Europa é o paraíso, que não tem corrupção (não é o paraíso e tem corrupção). O que digo é que lá existem limites na cara-de-pau porque, se a pessoa mesmo não pede pra sair, ela "é saída", e o povo não compactua, na sua maioria, com as alegações claramente falsas de inocência. Já aqui, temos famílias políticas de corruptos em sua terceira geração, sempre reeleitos.

    Nosso problema maior é o povo (nós), infelizmente,

    Voltemos agora à programação normal. 😁

  • editado August 22

    @andrelas @welinty @jpvecchi

    Vi esse artigo publicado hoje na Folha de SP e lembrei dessa conversa que tivemos algum tempo atrás. Vejo como um exemplo para ilustrar dois pontos que comentei à época:

    1 - o serviço público brasileiro dá um banho em todos países europeus que tive a oportunidade de interagir até o momento e sim, dá um banho tbm nos EUA (claro, há exceções mas vejo mais exemplos positivos que o contrário);

    2 - Temos mais a ensinar que a aprender com relação a nossos amigos do “1o mundo”. A cidade de SP sozinha tem uma população maior que Portugal inteiro, tem imigrante a dar com pau (uns 400.000 pelos dados da prefeitura) pois é onde todo mundo vai em busca de uma oportunidade de trabalho, e mesmo assim o posto da imigração na sede da PF na Lapa (único na cidade que trata imigração) funciona como um relógio. Diferente de Portugal e da Europa em geral, a economia brasileira não depende desesperadamente de mão de obra imigrante para crescer, mas mesmo assim o país ainda recebe bem.

    A galera do lado de cá do Atlântico devia ficar envergonhada.


    Agilidade na Polícia Federal para renovar permanência surpreende

    José Manuel Diogo

    Diretor da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Brasileira, é fundador da Associação Portugal Brasil 200 anos.

    Normalmente a notícia é ao contrário. A fila e a ansiedade ficam em Lisboa ou nos consulados portugueses no Brasil, que atendem aos muitos milhares de brasileiros que hoje vivem na esperança de poder ir morar na terrinha.

    Muitos dados oficiais confirmam essa tendência, refletida no aumento do número de voos comerciais entre os dois lados do Atlântico (mais de 150 por semana) e na percepção que sentimos falando com pessoas anônimas na rua. CEOs, investidores, estudantes, famílias inteiras e aventureiros funcionais, entre outros migrantes, atestam esse movimento de contracolonização.

    Mas o processo não é em sentido único. A entrada em vigor da portaria interministerial que regulamenta a obtenção de visto e de autorização de residência a nacionais dos países-membros da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) traz também ao Brasil muitos falantes de português de outras paragens.

    No caso, um deles, eu. A experiência que vivi ao visitar a sede da Polícia Federal em São Paulo para verificar se essa "cidadania da língua " —à qual tanto tempo e esforço tenho devotado— funciona foi um sucesso impressionante.


    Escolho com cuidado a palavra "impressionante" pois tenho os ouvidos cheios das queixas dos brasileiros que enfrentam as filas da agência portuguesa de imigração. Eles distribuem nos escaparates televisivos e nas bancas de jornais horrores de múltiplas lamentações sobre a forma como os imigrantes brasileiros em Portugal são acolhidos.

    Relativizo esses relatos porque também sei que as notícias se alimentam do que é raro e disruptivo. O homem que morde o cão é sempre objeto de mais atenção do que o canídeo que, mesmo no cumprimento da sua função de guarda, ferra uma dentada em um passante mais distraído.

    Mas voltemos ao impressionante. Os fatos são fluídos e vale a pena gastar meia prosa na sua explanação. Cheguei à hora marcada, 8h30, munido dos papéis necessários e logo temi o pior quando vi a fila se estendendo pela rua. Mas era uma equivocada presunção.

    O agendamento feito online quase um mês antes juntou-me a um grupo de pessoas de Angola, da China, do Líbano, da Venezuela e de muitas outras nacionalidades que como eu viram os minutos passar depressa e todo o mundo atendido com uma diligência escandinava.

    Em menos de meia hora passei as duas triagens e fui colocado na frente de um verdadeiro anjo na Polícia Federal. Yasmine.

    Uma vez li, em um livro do escritor francês Louis Ferdinand Céline, que não seria disparate nenhum que houvesse alguma coisa que distinguisse os bons dos maus. Algum sinal físico, alguma distinção. Ou uma inspiração.

    Era o caso de Yasmine. Ela me recebeu com tanta simpatia e profissionalismo que, sentado na cadeira 30 do atendimento a promitentes imigrantes à República Federativa, na delegacia da Polícia Federal na Lapa, zona oeste da capital, quase me senti imortal.

    O pesadelo de que tantos brasileiros se queixam em Portugal não encontrava nenhuma eco na megalópole de São Paulo. E, menos de duas horas depois, o vosso colunista saía à rua autorizado a morar no Brasil.

    Quando me despedi da jovem Yasmine, ela ainda esboçou um desagrado, pela forma como algumas coisas ainda não irem tão bem…

    Descansei-a. E enquanto, mais uma vez, lhe expressei a minha gratidão, senti uma enorme alegria por também poder morar neste extraordinário Brasil.


    https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jose-manuel-diogo/2024/08/agilidade-na-policia-federal-para-renovar-permanencia-surpreende.shtml

  • @ecoutinho Não consigo ter tanta simpatia assim não, nossos serviços publicos são bem ineficazes e alguns sofrem até descasos, não consigo falar sobre o serviço público da PF mas esse artigo que li 2 dias atrás pode retratar melhor o que falo:

    https://www.metropoles.com/sao-paulo/retido-em-area-restrita-imigrante-morre-apos-passar-mal-em-aeroporto

    O mesmo ficou trancado na área restrita de imigrantes e foi proibido de levar ele para comprar remédios, alimentos e etc, algo que a própria supervisão da PF proibiu e escreveu...Nunca vi caso de imigrantes impedidos de seguir viagem morrendo em fila de espera para asilo em Portugal, eu não sei muito o que falar porque a policia federal ao menos faz o básico comparado a outros órgãos públicos que as vezes nem te atendem...

  • @welinty o problema é que as pessoas falam o que querem, ainda que não saibam o que estão falando. A gente ouve histórias de tudo que é lado e quando não temos parâmetro, entendemos aquilo como sendo real e repassamos adiante. Falar que nossos serviços públicos são bem ineficazes é tomar o todo por aquilo que teoricamente conhecemos. Vc tem simpatia pelos serviços privados em geral? Telefonia, gás, luz, tv a cabo? Então, porque esses são os campeões em todos os lugares do Brasil em insatisfação. Muita gente confunde serviço público (estrito senso) com o serviço público prestado por empresas privadas. A verdade é que isso diz muito mais sobre a gente do que o serviço em si, considerando que tanto o público como o privado possui os mesmos problemas, mas só um recebe a fama, porque as pessoas têm ainda a ideia de um serviço ainda arcaico e ineficaz, como se antes o privado também não o fosse assim.

  • editado August 22

    @welinty @Destefano

    Eu sei que obviamente há problemas, e um caso como esse dessa matéria obviamente tem que ser investigado e se houve descaso tem que haver punição à altura, pq é grave, mas acho que o português que escreveu o artigo de hj na Folha foi muito feliz:

    Relativizo esses relatos porque também sei que as notícias se alimentam do que é raro e disruptivo. O homem que morde o cão é sempre objeto de mais atenção do que o canídeo que, mesmo no cumprimento da sua função de guarda, ferra uma dentada em um passante mais distraído.

    Não é o caso de “relativizar” o exemplo que vc trouxe, pq foi grave, mas a ineficiência do serviço público no Brasil é a exceção (sai no JN, aparece no Fantástico, no Datena etc), enquanto por aqui é a regra, não vira notícia pq é o “normal”, pode reclamar a vontade que não tem jeito (vide as esperas de 3 anos das conservatórias).

    Mais um exemplo disso: sabe o que toda família de expatriados brasileiros que conheço por aqui faz nas férias quando vai ao Brasil? Separam pelo menos uma semana das férias no Brasil para botar exames, tratamento odontológico e saúde em dia aí. Não falo de brazuca que vem como turista e fica aqui ilegalmente (que tbm merecem ser tratados com dignidade), mas sim gente que trabalha em multinacionais dessas que a contratam gente aí no Br a preço de ouro e mandam p cá com visto de trabalho e todas despesas pagas.

    Não deixam para fazer tratamento aí por ser mais barato, é pq aqui mesmo que vc decida pagar caro vc entra numa espera de alguns meses e quando é atendido o serviço não inspira confiança alguma. Parece como era no Brasil na década de 80.

    Enfim, dá para passar a noite trazendo exemplos, mas ressucitei o tópico pq me chamou atenção o testemunho de um português relatando que em SP viveu o oposto do que os brasileiros vivem na terra dele.

  • @ecoutinho


    Isso é uma coisa que eu já disse algumas vezes aqui no fórum... se vai usar um advogado, não pode ser apenas para ele/ela colocar os documentos num envelope e mandar para a conservatória. Tem que ser para realmente tomar frente do processo, ou seja, judicializar. Quem não corre atrás dos seus direitos, tem que ficar na fila normal.

    Agora, claro que são poucos os advogados que querem esse "trabalho adicional", e as pessoas também não se informam.

    Mas há notícias sim, de algumas pessoas que entraram na justiça, aí um juiz vai lá e dá uma ordem para a AIMA (ou para o IRN, em alguns casos), analisar o processo, ou agendar o atendimento dentro de um período de X dias, sob pena de multa.

    A mesma coisa acontece no Brasil...

  • @eduardo_augusto

    Sim, concordo que o motivo de se ter um advogado à frente é que ele tome a frente e faça "a mágica acontecer". O que me chamou minha atenção nesse artigo do Diário de Notícias é que ele é praticamente a antítese do artigo da Folha que postei aqui dia 22/8.

  • Bom dia a todos 😊

    Trago palavras de conforto a quem se dispuser a ler o texto grandinho, rs.

    Pelos relatos que eu ando lendo, muita gente, como eu, está preocupada com o novo sistema.

    Eu tenho uma opinião, abaixo, na qual discorro de alguns pontos afins aos nossos pedidos.

    Por ano, são mais de 230 mil processos que o IRN precisa analisar. É muita coisa pra quantidade de conservadores e outros servidores disponíveis. A título de comparação, no Brasil, segundo o site Consultor Jurídico, abaixo, cada juiz tem um número bem menor de processos para analisar, em torno de 2 mil. E um processo normalmente ( com seus prazos em 1º e 2º instâncias somados, antes de ir pro STJ/STF) leva 2 anos e meio.

    https://oglobo.globo.com/blogs/portugal-giro/post/2024/06/portugal-recebe-mais-de-63-mil-pedidos-de-cidadania-em-quatro-meses.ghtml

    https://portal.oa.pt/comunicacao/imprensa/2023/12/13/o-irn-vai-terminar-o-proximo-ano-com-mais-de-5-mil-trabalhadores-destaca-secretario-de-estado-da-justica/


    Eu judicializei aogumas causas aqui no Brasil e em nenuma delas tive meus pedidos deferidos em menos de 3 anos, com excecao das que possibilitaram resultado provisório em liminar/tutela antecipada (quando o juiz acata o pedido no processo e oferece soluções práticas logo de cara, mas não sao dedinitivas e passiveis de modificação pela ré, diferentemente da sentença, quando a decisao é praticamente definitiva e as mudancas possiveis, em tese, em instâncias superiores são em pouquíssimos pontos ou mesmo não mudam em nada).


    Com as mudanças no sistema no IRN relacionadas a pedidos de cidadania, duas coisas ainda estão acontecendo basicamente: uma nova plataforma de interface disponivel aos autores desses pedidos - para acompanhar andamento mais fidedigna, em tese; informatização dos processos desses pedidos por automação feita por algoritmos, o que agiliza os prazos (longos) aplicados nos últimos anos. Porém, pra isso, é preciso alimentar o sistema. Mas, como eu disse, são muitos processos para alimentar no sistema que era mais manual do que automatizado.


    Sem contar com o despacho N.º 009/PCD/2024, que possibilitam que Conservatórias que não poderiam sediar certos processos, agora podem. A do Porto, se não me engano, agora pode aceitar de netos e de filhos de origem de outros locais diferentes dos estabelecidos em despachos anteriores.


    Sem contar que agora estao exigindo vistos para permanencia no pais, o que constitui grande medida para organizar os movimentos migratórios de forma justa aos cidadaos portugueses e a quem tem direito à cidadania portuguesa (que provavelmente em alguns anos podera ter fim, mas é só um pensamento mesmo, não tenho como demonstrar isso).


    Outro ponto a titulo de ilustração: nos EUA, por exemplo, não basta somente ser filho de estadunidense para solicitar cidadania desse país. Dá uma olhada abaixo nos critérios, disponibilizados no site de serviços de imigração deles:


    https://www.uscis.gov/citizenship/learn-about-citizenship/i-am-the-child-of-a-us-citizen


    Conclusão

    Eu compreendo e respeito profundamente a angústia de todos. Muito triste depender de algo cujo retorno demora anos, ainda mais com o nosso país do jeito que está economica e socialmente. Porém, eu tenho certeza de que as mudanças que estão aí para nós beneficiar e agilizar as coisas: como em qualquer país mais civilizado e justo que o nosso, dar cidadania a quem tem direito legal e coibir práticas fronteiriças ruins (permitindo a entrada sem a menor criterização de estrangeiros, o que, justa e logicamente causa angústia e indignação aos locais).


    Breve relato de experiência pessoal: Eu estive 6x em Portugal, e sempre fiquei mais de um mês. Fui a cidades do interior também. Toda minha família por parte de mãe e portuguesa, fui criado (como foi, por décadas, muito comum no RJ ser criado por pais ou avós "da terrinha") por avós portugueses por 20 anos, minha mãe é portuguesa, com primos e tios etc se reunindo 1x a cada mês ou dois meses para comemorar algo ou simples encontros ou aniversários. Toda vez que eu ia para Portugal, normalmente me relacionava lá com portugueses, e pude ver, no contato diário e próximo, que o país é muito mais sério e responsável que o nosso. Eles trabalham muito mais do que nós ( até os donos 🤣); as cidades (inclusive) de interior possuem excelente infraestrutura; os serviços públicos, embora não sejam tão automatizados quanto o nosso, entregam documentação respectiva mais rápido que a gente; forte agricultura familiar (ao contrário da nossa, nas mãos do agronegócio); a lei funciona muito melhor do que aqui; o respeito ao coletivo é muito maior do que aqui; Portugal possui um dos melhores sistemas de saúde europeu, muito barato; e Portugal tem conseguido se destacar economicamente por possuir algumas multinacionais de destaque e exportar alimentos com alto valor agregado a muitos países. Portugal pode não ser o país mais rico da Europa, mas está longe de ser o mais pobre, ainda mais depois da implementação da moeda Euro e as exigências ano a ano para se manter na zona do Euro e espaço Schengen. E lá se vão algo em torno de 30 anos ou mais.


    A gente que tem direito a ter cidadania deve levantar as mãos pro céu e agradecer a Deus por isso, pois muitos não têm, e que um dia sairemos deste país e nunca mais voltaremos, a intenção de quase todos aqui. Ao mesmo tempo, isso não invalida a justa insatisfação com os prazos ofertados pelo IRN nos pedidos de cidadania, e quem acha que deve tomar decisões outras que não somente as administrativas, acho mais do que justo o fazer. Mas se o fizer, que o faça com advogados portugueses, que entendem muito melhor de legislação, dos trâmites e da cultura no serviço público portugueses e vão poder dizer, com muito mais propriedade, se a causa a ser ajuizada tem chance de florescer ou não.


    Enquanto isso, a gente vai se preparando: quem não possui formação acadêmica ainda (meu caso), sugiro fazer curso de Direito, pois (ainda) é aceita em Portugal a inscrição da OAB lá. "Ah mas não dá pra concorrer com os nativos de igual pra igual". Verdade, mas o poeer de compra do mercado consumidor europeu, especialmente em Portugal, é alto, em comparacao com o nosso, dá pra conseguir se sustentar inicialmente numa boa e ir aumentando cartela de clientes aos poucos. Eu mesmo já estive nessa de ir embora o quanto antes pra lá, mas vou terminar meu curso e em alguns anos tenho bagagem e grana suficiente pra mandar um longo e merecido "Bye, Bye, Brasil" 🤣. E eu não quero voltar por mal planejamento, não mesmo 😂.


    E quem não quiser esperar uma graduação, que pelo menos espere a cidadania sair. Os portugueses que trabalham em serviços que não dependem de graduação conseguem ter uma vida digna e com salários justos, conforto, vida social e respeito no ambiente de trabalho - mas o imigrante não. Então, sugiro esperar o assento. Junta uma grana, cuide da saúde, se planeje, pegue o assento e procure um emprego com calma. Nunca faça nadas nas pressas: "o apressado come cru e quente".


    No mais, ótima semana a todos. 🤗

  • @Brunowps a OAP terminou o convênio com a OAB e não é mais possível fazer a transferência da inscrição.

    Com todo o respeito, vc traz uma opinião muito glamurizada de Portugal. Já morei em Lisboa e hoje moro em Berlin (e não como um imigrante com uma mão na frente e outra atrás). Portugal é considerado periferia do centro. Economicamente melhor que a maioria do leste europeu mas ainda considerado atrasado pelos países mais ricos.

    A qualidade de vida é boa se vc tem dinheiro mas o q mais vi eram brasileiros vivendo uma vida muito pior do que no Brasil. Os salários para pessoas sem muita formação são muito baixos e acaba não compensando estar longe de familiares e amigos no Brasil e ainda ser vitima de preconceito (acredite, adquirir a nacionalidade portuguesa não vai te fazer ser visto como português por eles).

    Se glamuriza muito a imigração pra Europa, mas a realidade é bem diferente pra maioria dos brasileiros que vem pra cá. A Europa está estagnada economicamente e não há nada que sinalize que isso irá mudar num futuro próximo.

  • editado November 5

    [removido]

  • AdminAdmin Member, Banner, Administrator, Beta

    @Brunowps exponha seus argumentos sem ataques pessoais por favor.

  • Eu ia falar agora sobre a extinção, já há um tempo, do convênio da OAB com a OA (de Portugal).

  • editado November 5

    @Brunowps

    Eles trabalham muito mais do que nós ( até os donos 🤣)

    Não vivo em Portugal, mas na Irlanda e o que observo é exatamente o contrário.

    No Brasil se trabalha muito (geralmente além do que é sustentável a longo prazo) para ganhar menos. Não posso reclamar, tinha um emprego muito bom e ganhava bem no Brasil, mas vim para cá ganhando muito mais e com uma carga de trabalho muito menor. Aqui não preciso ficar dando explicação ou me sentindo culpado quando desligo o laptop ou saio da empresa as 5:30pm.

    Nas posições que exigem menos qualificação a rotina já é mais puxada, mas ainda assim melhor (financeiramente e em carga de trabalho) que no Brasil.

    Já pensei em aplicar para posições em Portugal (clima melhor, idioma, aquela percepção de viver num pedaço “sem violência” do Brasil) e confesso que não segui. Salários baixos, geralmente empresas ruins, exigências sem sentido etc. Nesse ponto sim me lembrou um pouco o Brasil.

  • @ecoutinho


    Os países mais centrais do capitalismo, como na Irlanda, onde você vive, os empregos são melhores. Se não me engano, a Irlanda é também centro do capitalismo na Europa. Logo, melhores empregos e condições.


    Você tinha no Brasil condições atípicas de emprego (provavelmente cargo público, pois os privados não pagam mais bem, já que nas empresas multinacionais os altos cargos são oferecidos a nativos de seus países de origem de forma geral, e a nacionais cabem apenas cargos na área de vendas e marketing normalmente, nunca projetoa, que já vêm de fábrica, das matrizes): algo em torno de 40 milhões de brasileiros passam fome, por volta de 120 milhões vivem em insegurança alimentar e há até alguns anos atrás, 50% da PEA recebia algo em torno de 600 reais mensais.


    Eu já pensei em morar na Irlanda, pois falo inglês há muito tempo, nas eu gosto muito de Portugal, e penso em morar lá um dia.

    Quando você fala de "salários baixos e empresas ruins", concordo, mas da sua perspectiva, não da de quem mora no Brasil. É muito simplista dizer que em Portugal em trabalhos com menos qualificação as pessoas não vivem bem, porque não é verdade. Pra quem mora no Brasil, Portugal é muito melhor do que aqui (alguém aqui está falando em ser rico?)


    Eu posso dar vários exemplos (portugueses): minha tia foi gerente de banco e nao possui formação acadêmica; minha prima gerente de loja sem formação acadêmica; trabalhadores da restauração não ganham como advogado, mas vivem bem, não são ricos, mas vivem com conforto, anos-luz , melhor do que no Brasil. Agora, se não tiver cartão cidadão e alguma qualidade pessoal, caso não possua educação formal superior, vai trabalhar ilegal.

    E digo mais: no serviço público no Brasil eu trabalhei mais como assistente administrativo do que como vendedor de roupa no Rio de Janeiro. O pensamento dual educação formal superior/educação formal não superior não é tão linear, depende de muitos fatores, regionais, de empresa e pessoais, profissão, etc.


    Morar na Irlanda ou na Suécia sempre vai te dar melhores condições de emprego, mas não que isso seja benéfico.

    - músicos (eu toco instrumento) vivem trabalhando e estudando até muito mais do que quem tem "menos educação formal ";

    - advogados (bons) também trabalham muito, lendo, escrevendo etc;

    - médicos cirurgiões muitas vezes não dormem 5 horas por dia de tanto trabalho. Não só por causa do dinheiro, mas porque muita gente precisa desses profissionais;

    - músicos de estrada passam meses longe de suas famílias, acabam com suas vozes e são obrigados a passar horas ensaiando e dormindo em estrada, pois inclusive nos EUA fretes e aluguéis de ônibus custam em torno de 100k por alguns meses.

    - os profissionais técnicos aqui, na Europa e nos EUA são muito valorizados e bem pagos, mas como são normalmente serviços braçais, é muito trabalho.


    Pra mim, é complicado ouvir das pessoas - sem eu dizer nada - que trabalhos com menor educação formal diretamente resulta em menores salários e menores condições de vida, porque é uma visão simplista das coisas e provavelmente de gente preguicosa, que com simples reflexão sobre os dados acima elencados, consegue-se ver que essa dualidade não encontra amparo em dados reais.


    Agora, e infelizmente, pessoas que trabalham em empregos muito baixos mesmo, EM QUALQUER LUGAR DO MUNDO, sempre terão condições baixas, mas não necessariamente que impliquem vida ruim na Europa, mas claro, possuem limitações.


    Vamos ser sinceros: sair 5h30pm do local de trabalho não é lá um privilégio, neh?

  • editado November 5

    @Brunowps

    Não quero tornar isso uma discussão longa de bate ou rebate, apenas acho pertinente esclarecer alguns pontos e limpar possíveis mal-entendidos:

    Se não me engano, a Irlanda é também centro do capitalismo na Europa.

    Em geral a Alemanha é considerada o “motor da Europa". A Irlanda apesar de ser um país periférico virou sim um hub para multinacionais americanas (principalmente de tecnologia e farmaceuticas) por conta de benefícios fiscais.

    A consequência é que aqui vc tem uma mistura de empregos muito bons nas multinacionais e empregos "ok" nas demais empresas e isso está causando uma certa tensão social e gentrificação por conta do aumento do custo de vida e a competição desleal por imóveis entre poucos que podem pagar muito num aluguel (ou compra de imóvel) e muitos que teriam um poder de compra bom (comparado com outros lugares do mundo) mas que agora é insuficiente. Esse fenômeno tem acontecido em outras partes da Europa e em algumas regiões dos EUA (na Califórnia acredito ser o caso mais agudo).

    Você tinha no Brasil condições atípicas de emprego (provavelmente cargo público, pois os privados não pagam mais bem, já que nas empresas multinacionais os altos cargos são oferecidos a nativos de seus países de origem de forma geral, e a nacionais cabem apenas cargos na área de vendas e marketing normalmente, nunca projetoa, que já vêm de fábrica, das matrizes): algo em torno de 40 milhões de brasileiros passam fome, por volta de 120 milhões vivem em insegurança alimentar e há até alguns anos atrás, 50% da PEA recebia algo em torno de 600 reais mensais.

    Sim, concordo que eu tinha no Brasil uma posição bastante privilegiada (e tenho aqui tbm). Nunca trabalhei em cargo público (não que isso seja problema, apenas não era minha realidade). Sobre sua visão das multinacionais operando no Brasil, isso depende do setor. Isso é verdade para as mais "antigas" como as do setor automobilístico por exemplo. Para outros segmentos como Telco e tecnologia não é verdade. Os cargos altos geralmente são ocupados por brasileiros, não estou afirmando pq alguém me contou ou pq li em algum lugar rsrs.

    Quanto ao número de pessoas vivendo em condições de baixos salários, fome e insegurança alimentar eu tenho plena consciência disso e na minha humilde opinião esse é o maior problema que o Brasil precisa resolver. Todo o resto que em geral se acha ser o grande problema é um problema acessório ou mera consequência. O Brasil não é um país pobre, é um país desigual. E justamente por isso discordo do seu argumento de que no Brasil se trabalha pouco. Esse pessoal rala muito mais do que vejo aqui (para trabalhadores em posições equivalentes) e pelo que acompanho na Europa em geral.

    Quando você fala de "salários baixos e empresas ruins", concordo, mas da sua perspectiva, não da de quem mora no Brasil. É muito simplista dizer que em Portugal em trabalhos com menos qualificação as pessoas não vivem bem, porque não é verdade. Pra quem mora no Brasil, Portugal é muito melhor do que aqui (alguém aqui está falando em ser rico?)

    Não foi isso que disse ou que quis dizer. Pode ser que tenha me expressado mal. Tenho dois pontos aí:

    • Há pessoas com empregos de "baixa qualificação" (a expressão é ruim, talvez empregos que não exigem especialização explique melhor) em qualquer lugar (no Brasil, no EUA, na Irlanda em Portugal ou em UK) só que no Brasil as pessoas que trabalham nessas posições se matam de trabalhar em 2 ou 3 empregos e mesmo assim acabam tendo que viver em condições precárias. Na Europa em geral o mesmo tipo de trabalhador também tem uma vida sofrida, mas tem condições menos indignas. Meu ponto é que aqui o filho do cara que é trabalhador braçal frequenta o mesmo parque, vai no mesmo cinema e geralmente as mesmas escolas que meus filhos. E isso é uma coisa boa! Reduz as tensões sociais, permite inclusão . No Brasil isso é impensável pela falta de acesso e pela segregação que com o tempo criamos lá (é claro que aqui tbm há bairros mais degradados e "violentos", mas nem se compara ao Brasil).
    • As empresas portuguesas (que em geral não são empregadores tão atrativos assim) exigem um nível de qualificação e de experiência maior que as multinacionais de 1a linha. É incompatível com os salários e cargos que oferecem. Talvez seja por isso que os jovens talentos portugueses saem do país para trabalhar em outros lugares da Europa.

    E digo mais: no serviço público no Brasil eu trabalhei mais como assistente administrativo do que como vendedor de roupa no Rio de Janeiro. 

    Como disse, não trabalhei no serviço público então não consigo afirmar, mas respeito muito o funcionalismo brasileiro. Minha mãe era professora da rede Estadual e meu pai era funcionário de nível médio de uma estatal. Em geral é gente muito bem-preparada e que faz o melhor que pode com as limitações materiais da empresa ou orgão tem.

    Pra mim, é complicado ouvir das pessoas - sem eu dizer nada - que trabalhos com menor educação formal diretamente resulta em menores salários e menores condições de vida

    Aqui eu concordo que todos precisam ter condições dignas de vida e de criar suas famílias. Isto posto, é inegável que trabalhos que requerem mais educação formal pagam mais. Uma pesquisa rápida nos sites de emprego (onde as vagas são anunciadas com os salários) demonstram isso. Sempre há uma exceção aqui e outra ali, mas no geral não dá para lutar contra os fatos. O que é preciso é que essa diferença não seja entre um viver o luxo e o outro na miséria (como é no Brasil).

    Vamos ser sinceros: sair 5h30pm do local de trabalho não é lá um privilégio, neh?

    Concordo! Aqui novamente posso ter me expressado mal: considero poder sair do trabalho as 5.30 (como faço sem problemas aqui) uma coisa normal, não é privilégio algum, mas quem trabalha em empresas privadas no Brasil (principalmente em cidades como SP) sabe que ao fazer isso ao sair vai ouvir aquela "piadinha" (que na verdade é um aviso velado) de um colega ou do chefe: "O que houve? Está desmotivado??"

    Enfim, vou parar por aqui e não pretendo responder mais sobre esse assunto.

  • "Em geral a Alemanha é considerada o “motor da Europa" - A Alemanha não é o motor da Europa: a Alemanha é o 5 país mais rico do mundo, em 4 ou 5 lugar em número de transacionais (multinacionais); alem disso, a Alemanha escoa para toda a Europa produção recebida do escoamento chinês através de linha férrea diretamente do pais asiático, o que está tornando os preços na Europa melhores que nos EUA ja faz muito tempo, e provavelmente os EUA estão tentando revidar e a sua colocação no 1º parágrafo pode ser um exemplo disso. Como a Irlanda é um país com gente de outra formação, eles vão superar isso, aconteceu na Alemanha no meio do século XVII, com as teorias neoliberais (são antigas, hein) tentando influenciar o pensamento alemão à época, mas como a base é sólida, o alicerce não rompe.


    "Nunca trabalhei em cargo público" - Perdão, esqueci de mencionar que você pode ter sido profissional liberal, como médico, engenheiro etc, que são as profissões de classe média que ainda pagam bem no Brasil.


    "É verdade para as mais "antigas" como as do setor automobilístico por exemplo. Para outros segmentos como Telco e tecnologia não é verdade. Os cargos altos geralmente são ocupados por brasileiros, não estou afirmando pq alguém me contou ou pq li em algum lugar rsrs."


    Pouco provável. Desde meados de 1950 que o Brasil vem perdendo suas nacionais e estatais para o estrangeiro, e hoje nem 10% do escoamento interno ao Brasil é produzido por empresas/industriais nacionais. Talvez os altos cargos antes dos anos 90 tenham sido dados a cidadãos nacionais, mas os estudiosos afirmam, como Adriano Benayon, que não é o que acontece, a comunicação é feita à distância já faz muitas décadas e os cargos de CEO não são dados a eles, mas sim a nativos, também por questão de evitar vazamento de informações de inteligência empresarial a países periféricos do capitalismo.


    "Há pessoas com empregos de "baixa qualificação" (a expressão é ruim, talvez empregos que não exigem especialização explique melhor) em qualquer lugar (no Brasil, no EUA, na Irlanda em Portugal ou em UK) só que no Brasil as pessoas que trabalham nessas posições se matam de trabalhar em 2 ou 3 empregos e mesmo assim acabam tendo que viver em condições precárias. "


    Eu nunca vi, ou pelo menos não é a norma, uma pessoa ter 2 ou 3 empregos no Brasil (precários), quando na maioria dos empregos de carteira assinada, salvo exceções bem específicas, são de 40 horas semanais.


    "Na Europa em geral o mesmo tipo de trabalhador também tem uma vida sofrida, mas tem condições menos indignas. Meu ponto é que aqui o filho do cara que é trabalhador braçal frequenta o mesmo parque, vai no mesmo cinema e geralmente as mesmas escolas que meus filhos. E isso é uma coisa boa! Reduz as tensões sociais, permite inclusão . No Brasil isso é impensável pela falta de acesso e pela segregação que com o tempo criamos lá (é claro que aqui tbm há bairros mais degradados e "violentos", mas nem se compara ao Brasil)."


    Essa é a máxima, pelas minhas leituras e contatos, dos países na Europa. A diferença entre os salários de diferentes classes profissionais só é gritante nesse continente quando certas categorias de profissionais liberais estão em comparação, como alguns engenheiros, médicos e arquitetos.



    "Não foi isso que disse ou que quis dizer. Pode ser que tenha me expressado mal. Tenho dois pontos aí:

    • - Há pessoas com empregos de "baixa qualificação" (a expressão é ruim, talvez empregos que não exigem especialização explique melhor) em qualquer lugar (no Brasil, no EUA, na Irlanda em Portugal ou em UK) só que no Brasil as pessoas que trabalham nessas posições se matam de trabalhar em 2 ou 3 empregos e mesmo assim acabam tendo que viver em condições precárias. Na Europa em geral o mesmo tipo de trabalhador também tem uma vida sofrida, mas tem condições menos indignas. Meu ponto é que aqui o filho do cara que é trabalhador braçal frequenta o mesmo parque, vai no mesmo cinema e geralmente as mesmas escolas que meus filhos. E isso é uma coisa boa! Reduz as tensões sociais, permite inclusão . No Brasil isso é impensável pela falta de acesso e pela segregação que com o tempo criamos lá (é claro que aqui tbm há bairros mais degradados e "violentos", mas nem se compara ao Brasil).

    -

    • As empresas portuguesas exigem um nível de qualificação e de experiência maior que as multinacionais de 1a linha. É incompatível com os salários e cargos que oferecem. Talvez seja por isso que os jovens talentos portugueses saem do país para trabalhar em outros lugares da Europa."


    Não foi mesmo: fugiu totalmente do assunto (associar muito trabalho a empregos ou profissões de baixo nível formal). Já estava meio que esperando você soltar algo (o que seria?!) relacionando meu desempenho intelectual ao fato de eu ter trabalhado como vendedor, 🤣, ufa, ainda bem que não (até agora) 😂


    Aqui eu concordo que todos precisam ter condições dignas de vida e de criar suas famílias. Isto posto, é inegável que trabalhos que requerem mais educação formal pagam mais. Uma pesquisa rápida nos sites de emprego (onde as vagas são anunciadas com os salários) demonstram isso. Sempre há uma exceção aqui e outra ali, mas no geral não dá para lutar contra os fatos. O que é preciso é que essa diferença não seja entre um viver o luxo e o outro na miséria (como é no Brasil).

    No Brasil, a cultura (liberal) de que quem estuda mais deve ganhar mais é a dominante entre muitos, mas na prática isso não acontece necessariamente no setor privado. mas parecemser a sua.


    Na verdade, eu substituiria pelo seguinte: estude empreendedorismo - empirica e teoricamente - antes de dizer que quem ganha mais tem mais educação formal 😁, piada isso. Acho que o que a empírica, pelo menos, mostra é que quem é profissional autônomo de prestígio, aquele que possui uma dada empresa, especialmente se ela for bem sucedida em países mais ao centro do capitalismo - em função dos benefícios fiscais e financeiros etc - com certeza ganha melhor do que sai as 5h30min, ou melhor, são as pessoas que mais lucram em dado país.



    "Enfim, vou parar por aqui e não pretendo responder mais sobre esse assunto. "

    Eu não te chamei para responder, você veio porque quis. Coloquei uma mensagem, disponível a todos, e para quem quiser - ou não - interagir, já é implícito o seguinte: basta comentar ou não comentar (educadamente) sobre os temas, ações fundamentais em fóruns. Porém, como é de praxe do brasileiro que possui uma situação melhor esnobar, quando li seu comentário, achei prudente me posicionar a Colocações que outros lerão e não gostarão do que verão, porque alguma pessoa insensível coloca num fórum uma informação X, que pode ofender quem quer algo um pouco melhor e vem aqui, neste fórum, procurá-la, pois um fórum é local de se ajudar, e não de se gabar ou menosprezar ou, no mínimo, diminuir um dado lugar etc para se colocar, sob o ponto de vista discursivo, superior, ou mesmo único, ao dizer que quem não tem educação formal não vai ter uma vida mais digna (e não "menos indigna") do que no Brasil. Meio chato, neh?

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