Solicitação da certidão de nascimento digitada no CRAV
Bom dia, pessoal! Tudo bem?
Recentemente eu encontrei a possível certidão de nascimento do meu Trisavô português nos registros da freguesia de Sebolido - Penafiel - Porto. Ela é do ano de 1882.
Mas eu to tendo dificuldade pra ler o documento pra ter certeza se é a certidão correta, por isso eu queria solicitar uma certidão digitada, assim como às de inteiro teor digitadas aqui do Brasil.
Eu cheguei a solicitar pelo CRAV através da opção de "PEDIDO DE CERTIDÃO" (certidão digital), imaginando que receberia a certidão digitada, mas eles me enviaram uma cópia autenticada da mesma certidão reprográfica.
Minhas dúvidas são:
1 - Alguém sabe me indicar qual a opção correta pra conseguir a certidão digitada? Ou se é em outro lugar que devo solicitar.
2 - A certidão física do português que deve ser enviada no processo é a digitada ou a reprográfica? Ao solicitar a via física pelo CRAV, qual das duas chega pelos correios?
Muito obrigado!
Comentários
@leob , poste aqui o link direto para a certidão (no site onde ela se encontra, não poste a imagem pois perde qualidade). Pode ser que alguém com mais experiência consiga ler a certidão com mais certeza.
@andrelas Esse é o link da certidão:
https://digitarq.arquivos.pt/fileViewer/763319f93c1b48ccac5a244d7806bd5e?isRepresentation=false&selectedFile=63088105&fileType=IMAGE
É a do lado direito: José e Antônio Gêmeos (Nº13)
@leob , segue a transcrição. Coloquei entre "???" os termos em que tive dúvida. Destes, apenas os nomes das avós são relevantes. Se você sabe que nomes deveriam ser, poste aqui que fica mais fácil confirmar do que ler "do zero".
Transcrição:
Aos sete dias do mês de setembro do ano de mil oitocentos e oitenta e dois nesta Igreja Parochial de São Paulo de Sebolido do Concelho de Penafiel Diocese do Porto baptizei Solenemente dois indivíduos do sexo masculino a quem dei os nomes de Jose e Antônio, que nasceram nesta freguesia, Jose as oito horas da noite e Antônio as oito e meia,do dia cinco de setembro do dito ano filhos legítimos de Manoel Martins, jornaleiro, natural do lugar de ???Riomar??? desta freguesia, e de Albina Rodrigues, jornaleira, natural da freguesia de São Miguel de Entre os Rios do referido concelho e diocese. Recebidos nesta freguesia de Sebolido, donde são parochianos, moradores no lugar de ???Estivado???, netos paternos de Manoel Martins e de ???Lourença??? de Sousa e maternos de Manoel José Rodrigues e de ???Rosa??? Lourença, foram padrinhos de Jose, Jose Rodrigues, casado, ???sapateiro??? e Anna Vieira, solteira, e de Antônio, Antônio Alves, solteiro, lavrador, e Rosa Alves, solteira, os quais sei serem os próprios. E para constar lavrei este assento em duplicado que depois de ser lido e ??? perante os padrinhos o assinei, e não assinarão os padrinhos por não saberem escrever. ???Lavro??? supra, o ?????? José Rodrigues da Cunha
Observações:
Avó paterna: pode ser Lourença, Juvença, ou algo similar
Avó materna: Acho que é Rosa mesmo, mas como está riscado fica difícil ter certeza. É sem dúvida um nome curto
Resumo:
Nomes das crianças: José e Antonio
Data de nascimento: 05/09/1882
Local: Sebolido, Penafiel, Porto
Nomes dos pais: Manoel Martins e Albina Rodrigues
Avós paternos: Manoel Martins e ???Lourença??? de Sousa
Avós maternos: Manoel José Rodrigues e ???Rosa??? Lourença
@andrelas Muito obrigado pela transcrição!
Todos os nomes batem, apenas o nome da avó materna que é uma dúvida (o mais difícil de ler).
Segunda uma outra certidão de nascimento de um dos irmãos do José que encontrei, o nome da avó materna seria ROSA JOAQUINA enquanto aqui parece ser ROSA LOURENÇA FALCÃO.
Mas oq me deixou intrigado foi o seguinte tb:
Eu acabei solicitando um certidão NARRATIVA digital pelo CRAV também e eles me enviaram como se fosse uma Breve de Relato digitada com essas informações:
Certifico que no livro de assentos de batismos, arquivado neste Arquivo Distrital, referente ao(s)
ano(s) de 1878 a 1894 da paróquia de SEBOLIDO, concelho de PENAFIEL, existe a fl. 33, o registo
n.º 13/1882 do qual consta: --------------------------------------------------------------------------------------
Nome completo do registado: JOSE------------------------------------------------------------------------------
Sexo: Masculino -----------------------------------------------------------------------------------------------------
Data de Nascimento: dia 5 do mês de setembro do ano de 1882--------------------------------------------
Naturalidade: freguesia de SEBOLIDO, concelho de PENAFIEL -----------------------------------------------
Pai: MANOEL MONTEIRO, natural da freguesia de SEBOLIDO, concelho de PENAFIEL -------------------
Mãe: ALBINA RODRIGUES, natural da freguesia de ENTRE- OS RIOS, concelho de PENAFIEL -----------
Avós Paternos: Manoel Martins e Lourença de Sousa ---------------------------------------------------------
Avós Maternos: Manoel Jose Rodrigues e Lourença Falcão----------------------------------------------------
Averbamentos: ***–--------------------------------------------------------------------------------------------------
A questão aqui é que eles transcreveram o NOME DO PAI como MANOEL MONTEIRO mas tanto eu quanto você conseguimos ler como MANOEL MARTINS (que seria de fato o nome correto).
No nome da avó materna eles suprimiram o ROSA - que batia (em boa parte) com a certidão do irmão dele.
_______________
Vou deixar aqui a certidão de nascimento do irmão dele pra referência, foi ela que fez chegar nessa de SEBOLIDO. É a nº 54 - FRANCISCO - Lado inferior direito.
https://digitarq.arquivos.pt/fileViewer/00b76c2d49974bda84daf60ee10359cd?isRepresentation=false&selectedFile=61348222&fileType=IMAGE
@leob , eu acho muito improvavel que seja Manoel Monteiro. Só consigo ler Martins:
O registro anterior (no. 12) também tem Martins. Veja a similaridade:
Já no no. 11 há um "Oliveira". Dá pra ver que o "eir" é bem diferente (todos parecem ter sido escritos pelo mesmo padre, ou seja, a mesma letra):
Finalmente, o pai dele (avô paterno da criança) também é Martins, reforçando que se trata deste sobrenome.
Eu diria que foi erro de transcrição de quem emitiu o documento pra você. Eu tese você NÃO precisa dessa transcrição (você vai mandar a versão reprográfica no processo), mas se quiser pode questionar quem emitiu sobre isso.
Sobre as diferenças no nome da avó materna: não é incomum que haja inconsistências em nomes de mulheres entre documentos. Nem mesmo os homens tinham um sobrenome fixo (eles nasciam e recebiam só o primeiro nome, e só viriam a ter um sobrenome atribuido - escolhido na verdade - no casamento). No caso das mulheres isso era ainda mais abstrato, pois elas casavam e as vezes usavam o sobrenome do marido, as vezes nao, as vezes ganhavam (ou perdiam) um segundo nome, etc. Não estou dizendo que isso não pode gerar questionamento no processo, mas isso em si não é uma prova de que não se trata da mesma pessoa. Seria preciso observar outros fatores (idade, nome dos pais, etc) para se certificar.
Quanto ao "Falcão", discordo: me parece um "foram", formando "foram padrinhos...". Repare que ele havia escrito "foi padrinho" (como está em todos os outros registros) mas depois percebeu que se tratava de gêmeos e rasurou para "foram"
O nome que leio neste documento, para a avó materna, é apenas "Rosa Lourença", com a incerteza do Rosa devido à rasura. O que me parece é que a pessoa que transcreveu desprezou a suposta "Rosa" (pela rasura) e só sobrou o Lourença. Como precisava de um sobrenome, entendeu que o "Foram" seria "Falcão".
Quanto a ser um problema: como disse, em principio você não vai mandar a transcrição, apenas a reprográfica. Mas, da mesma forma com que a pessoa que transcreveu o documento (em minha opinião) se equivocou, isso pode ocorrer com o conservador. Vou pedir aqui a ajuda dos universitários:
@Nairolasai @ecoutinho @AlanNogueira @eduardo_augusto e quem mais quiser ajudar: o que acham tanto da transcrição quanto do risco de problemas pelas divergências?
@leob
Eu acabei solicitando um certidão NARRATIVA digital pelo CRAV também e eles me enviaram como se fosse uma Breve de Relato digitada
Um esclarecimento: no crav quando pedimos uma certidão narrativa o que vem é exatamente o que recebeu, o equivalente português à certidão de breve relato do Brasil. Para pedir o equivalente à reprográfica no CRAV precisa escolher no campo "Tipo de certidão" a opção "Integral". Para o processo de nacionalidade não tem problema a certidão portuguesa estar nesse formato. O que precisa obrigatoriamente ser reprográfica são todas as certidões brasileiras.
Entretanto, no seu caso aparentemente o funcionário do arquivo errou ao transcrever o documento. Eu concordo com a leitura do @andrelas : Os nomes que aparecem na certidão que você recebeu não batem com o que está na imagem e não acho que seja uma questão de entendimento da caligrafia (por exemplo, está muito claro os apelidos Martins assim como Oliveira). Provavelmente o funcionário errou ao transcrever o conteúdo.
Te recomendo mandar um email para eles relatando o erro. Eles vão cancelar a certidão que você recebeu e te mandar outra correta.
@leob Concordo com a transcrição do @andrelas
Entendi tb o Martins e não Monteiro. Também interpretei como "foram padrinhos" e não Falcão.
@andrelas Muito obrigado pela resposta e pelo esclarecimento! Vou seguir o processo com esse documento então.
@ecoutinho e @Nairolasai Muito obrigado pelas confirmações!
@leob
O guia do forum para pedir certidões no CRAV mostra como pedir do jeito correto para usar no pedido de nacionalidade
Como pedir certidões de batismo através do CRAV (anteriores a 1911)
Desde já peço desculpas pela minha ignorancia com relação ao assunto, mas e se eu não tiver o Código de referência que deve ser preenchido no CRAV? Existe alguma forma de localizá-lo?
Preciso emitir a certidão de nascimento do português, porém não consegui encontrá-la no tombo, no digitarq, ou no family search. Como é um registro de 1919, não permitiu que eu fizesse a solicitação pelo Civil online. Sendo assim, entendi que precisaria utilizar o CRAV.
Agradeço desde já qualquer dica!
@kagso é no civil on-line mesmo, siga esse guia especialmente a observação no final que explica como pedir com mais de 100 anos Como solicitar certidões pelo civilonline você precisará de indicar a freguesia onde nasceu, tem essa informação?
@kagso
Como é um registro de 1919, não permitiu que eu fizesse a solicitação pelo Civil online.
Leia com atenção o guia sobre "como solicitar certidões no civil online" que o @SergioM passou acima. Leia até o final, especialmente a "OBSERVAÇÃO IMPORTANTE" ao final.
@ecoutinho @Alan
Muito obrigada pelas respostas de vocês! Vou tentar solicitar da maneira que foi postado.
Respondendo a sua pergunta, @Alan eu possuo todas as informações relevantes que são obrigatórias de serem preenchidas no site civil online.