Projeto de Lei: Inclusão dos Descendentes de Portugueses sem limite de gerações

Vi essa iniciativa de outubro e achei interessante para os brasileiros. Basta se inscrever gratuitamente no site do parlamento português e votar. Eu já assinei.

Pedido de Alteração da Lei da Nacionalidade para Inclusão dos Descendentes de Portugueses sem limite de gerações.

https://participacao.parlamento.pt/initiatives/4457

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Comentários

  • Eu sempre fui favorável a expandir o direito a nacionalidade para mais gerações, porém temos que considerar que considerar o seguinte: Portugal tem a estrutura necessária para processar estes pedidos? Estamos falando potencialmente de milhares (talvez milhões) de pessoas que passariam a ter direito, um pedido de neto na CRC atualmente está demorando quase 4 anos... Não acho viável, e tem que ser considerado o governo que está no poder agora. A meu ver, sem chances.

  • @LeoSantos Temos de considerar que nem todo mundo vai querer. E outra, no caso do Brasil por exemplo, é dificílimo tracear a árvore genealógica de uma pessoa. Se for considerar portugueses que emigraram a 10 gerações, só o trabalho que ela vai ter e a espera da nacionalidade chegar ela já foi para Portugal ou Espanha e já morou lá e pegou a nacionalidade por residência. Esse tipo de coisa é só para quem quer algo mais para a família. E visto que Portugal precisa de ainda mais imigrantes, em vez de importar imigrantes da índia e de outros países que nem português falam, mais vale forcar-se nos PALOP ou descendentes de demais países.

    Acho que devemos votar para pelo menos mostrar apoio de muita gente.

  • Isso não existe. Mais fácil voltar para apenas filhos de portugueses. As pessoas ficam mexendo com aquilo que está quieto.

  • Eu sou favorável a princípio de retirar o limite de gerações, mas o momento é o pior possível para se discutir isso com o clima atual na Europa.

    Concordo com o @Destefano , se esse assunto for p discussão na assembléia da república é mais provável voltarem a restringir netos, como era antes de 2020.

  • texasladytexaslady Beta
    editado November 18

    @texaslady ,

    Eu posso entender o desejo de várias pessoas que no momento não conseguiriam a nacionalidade através de neto, e que teriam direito se não houvesse restrição de geração.

    Mas isso infelizmente não é realista e nunca aconteceria. No momento considerando apenas até o segundo grau de geração existem no Brasil mais de 25 milhões de pessoas que poderiam solicitar a nacionalidade. É verdade a grande maioria não vai solicitar, mas mesmo assim os que o farão já são em número muito maior do que Portugal desejaria e tem capacidade de absorver, porque para cada neto virão ininterruptamente no futuro gerações e gerações de descendentes.

    Quanto a Portugal precisar de imigrantes, se fosse dos descendentes de netos que Portugal estivesse interessado, aceleraria os processos de atribuição. Mas não é daí que vem a mão de obra necessária, embora é claro vão haver casos deste tipo.

    Veja o que aconteceu com os sefarditas, igualmente descendentes portugueses. Com a avalanche de pedidos de nacionalidade crescendo em progressão geométrica, Portugal já praticamente fechou a porta para eles e as chances são que no futuro venham as restriçoes para netos.

  • Seria muito bom que todos aqueles que possuíssem ascendência portuguesa pudessem requisitar a nacionalidade.

    Assim como @texaslady e @Destefano , penso que a chance maior, em um futuro não muito distante, é de se restringir cada vez mais a concessão.

    Talvez o parlamento português ainda tenha de votar uma alteração tal qual àquela que está em voga na Itália atualmente.

    Pelo o que eu li a respeito do projeto, a cidadania italiana por ascendência só poderá ser concedida àquele cujo pai/mãe, avô/avó e/ou bisavô/bisavó tenha nascido na Itália.

    Exemplificadamente, se uma pessoa teve a nacionalidade italiana reconhecida pelo fato de que seu bisavô nasceu na Itália, após a aprovação desta lei os filhos desta pessoa não terão mais o direito de ter reconhecida a cidadania italiana.

  • @Ricosne

    Exemplificadamente, se uma pessoa teve a nacionalidade italiana reconhecida pelo fato de que seu bisavô nasceu na Itália, após a aprovação desta lei os filhos desta pessoa não terão mais o direito de ter reconhecida a cidadania italiana.

    Se pensar bem, é uma medida bizonha pois institucionaliza a figura de um “cidadão de 2a classe”, mas infelizmente é um reflexo dessa quadra da história bizarra que vivemos. Por isso digo a todas pessoas próximas: se tem direito à cidadania não enrole, exerça o direito agora pois depois pode ser tarde.

    Basta ver que a Holanda resolveu voltar a ter controle de imigração mesmo para pessoas vindas do espaço de Schengen.

    Às vezes me sinto vivendo nos anos 1920.

  • Acho que pelo menos no caso do Brasil seria interessante para Portugal. Sobretudo porque as pessoas sabem da falta de interesse que um brasileiro comum tem sobre Portugal, em detrenimento dos outros países da europa. Seria uma chance de reaproximação. Ainda mais que a tendência em um futuro breve é que os europeus voltem a emigrar pela maneira que as coisas andam.

  • LeoSantosLeoSantos Beta
    editado November 20

    Sobretudo porque as pessoas sabem da falta de interesse que um brasileiro comum tem sobre Portugal,

    Isso aqui simplesmente não é verdade, tanto é que quase 40% dos imigrantes em Portugal são brasileiros, é disparado a maior comunidade de imigrantes lá. E ainda tem gerado reclamações por todos os lados.

    Ainda mais que a tendência em um futuro breve é que os europeus voltem a emigrar pela maneira que as coisas

    Aqui vemos que a sua ânsia está prejudicando o seu julgamento, essa tendência que você menciona não tem suporte nenhum na realidade.

    Na verdade está acontecendo justamente o contrário, a europa como um todo está procurando se fechar, basta ver a Holanda fechando fronteiras mesmo dentro da zona de livre circulação, Itália mexendo nas regras de cidadania, Portugal elegendo o Chega, tá cheio de exemplos...

    É como o @Destefano e outros disseram, mexer nisso agora é dar um tiro no pé, não há clima, não há ambiente político, infelizmente as coisas são como são.

  • Gostaria de matar uma curiosidade ...

    Quando sair a cidadania ( espero que seja em breve processo de nov de 21 ) o assento vem com meu nome de solteira e para fazer o de minha filha o primeiro passo é averbar meu casamento em Portugal ?

    Obrigada mais uma vez a essa galera sempre disponível a responder aos menos informados !

  • @mfernandabarbosa

    Verifique na certidão de nascimento de sua filha quem foi o declarante (pessoa que foi ao cartório registrar a criança). Se não tiver sido vc (provavelmente foi seu marido), a transcrição de casamento será obrigatória para que sua filha tenha direito à nacionalidade.

    Além disso vai precisar transcrever seu casamento p averbar a sua mudança de nome.

  • editado November 20

    @gero

    Procure por dados e fatos e verá que as suas premissas estão incorretas. Como disse o LeoSantos, é exatamente o contrário do que vc disse:

    1 - O brasileiro tem muito interesse em Portugal. Tanto que Portugal é o segundo maior destino da diáspora brasileira, só perde para os EUA. https://oglobo.globo.com/google/amp/mundo/noticia/2024/03/31/expatriados-do-brasil-emigracao-bate-recorde-em-meio-a-desafios-economicos-e-envelhecimento-populacional.ghtml

    2 - Na Europa há um aumento claro da xenofobia e a falsa sensação de urgência sobre o tema imigração.

    O fato é que em todas eleições dos países do bloco, o tema restrição à imigração e aperto nas regras para a obtenção da cidadania são sempre o topo da lista de prioridades.

    É bizarro pq claramente há assuntos mais importantes que realmente estão afetando a vida das pessoas, como a inflação, a crise imobiliária, a guerra e os impactos das mudanças climáticas, mas a imigração virou o grande espantalho para as pessoas escaparem de discutir e resolver o que realmente importa.

    Não gosto desses fatos, mas negá-los não muda a realidade. Propor alterar a lei de cidadania, nesse momento, certamente trará mudanças para pior.

    Como disse antes, me sinto vivendo um remake de baixa qualidade das décadas 1920/1930, gravado num estúdio da Record ou Rede TV.

    https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/rfi/2024/10/15/pressionada-por-paises-membros-e-extrema-direita-uniao-europeia-propoe-novas-regras-de-imigracao.amp.htm

  • editado November 20

    @LeoSantos @gero


    é preciso separar as coisas. Os que tem nacionalidade portuguesa são um grupo. Os que tem residência, vivem e trabalham em Portugal na condição de estrangeiros, são outro. E os interesses dos dois nem sempre coincidem.

    outra coisa importante, e acho que o @gero pode ter razão (mas faltam dados para confirmar), é que ter um passaporte português abre portas para toda a União Europeia. Nem todo luso-brasileiro tem Portugal como destino preferencial. Apenas como anedota, eu mesmo tenho três parentes com cidadania portuguesa, atualmente nenhum deles está em Portugal, mas estão todos na Europa.

    mas esse não é o foco desse tópico, se quiserem continuar essa discussão, podemos abrir uma conversa separada.

  • @eduardo_augusto

    Os que tem nacionalidade portuguesa são um grupo. Os que tem residência, vivem e trabalham em Portugal na condição de estrangeiros, são outro.

    Você está correto, mas do ponto de vista dos portugueses (e quando falamos do “ambiente” em Portugal é isso que interessa), quando vc abre a boca e fala “brasileiro” (detesto esse termo para falar do Português falado no Brasil, mas usei de propósito) vc é visto como estrangeiro, mesmo que vc na verdade seja português originário.

    Eu já notei isso diversas vezes nas idas e vindas a Portugal ou mesmo no consulado aqui (e olha que sou português há apenas 6 meses 😆).

    Nem todo luso-brasileiro tem Portugal como destino preferencial. Apenas como anedota, eu mesmo tenho três parentes com cidadania portuguesa, atualmente nenhum deles está em Portugal, mas estão todos na Europa.

    Fato. Eu mesmo faço parte desse recorte demográfico. E para o pessoal daqui, que não consegue distinguir os sotaques e nuances culturais, eu posso me identificar tanto como brasileiro como português, conforme minha conveniência.

  • Só para tentar entender a tendência atual, estes dias estava vendo um debate de analistas políticos na CNN sobre porque raios de razões os latinos e seus descendentes nos EUA, em grande parte, elegeram e brigam pelo presidente recém eleito, que irá fechar as portas do país para eles e seus pares?

    A resposta dada pelos analistas é muito mais simples do que eu imaginava: nem os latinos querem mais latinos nos EUA, porque sempre significam mais disputa por recursos, dentre os principais preço menor de mão de obra oferecida, o que afeta diretamente seus empregos, ou a falta deles, já que os mais recentes chegam com necessidades mais altas e exigências mais baixas, pelo que percebi, em Portugal o sentimento é semelhante, há discursos de brasileiros que não querem mais brasileiros lá...

  • há discursos de brasileiros que não querem mais brasileiros lá...

    O bom e velho “farinha pouca, meu pirão primeiro…” Esse é um dos traços da cultura brasileira que causa vergonha.

  • @Detto ,

    não sou analista , mas acho que não foi especificamente porque não querem mais latinos aqui. Mas existe sim um sentimento de que é preciso controlar a borda, pois no governo Biden ficou muito fácil a entrada e com isso vieram muitos criminosos e tem muitas gangs que se instalaram por aqui e isso não é bom para a comunidade latina daqui. Da mesma forma que não é bom para os brasileiros que estão em Portugal e trabalham honestamente e pagam pela fama dos desordeiros e facções criminosas que já se instalaram em Portugal.

    Mas nesta eleição americana penso que o que realmente pesou, além da inflação do governo Biden, foi o conservadorismo dos latinos. Embora muitos sejam democratas, são bastante conservadores e a religião também tem um peso na hora do voto. São cristãos, completamente contra aborto, fertilização in vitro e identidade de genero, que foram as bandeiras da Kamala Harris. Mas eles são pró imigrantes.

  • @Detto seu comentário me fez lembrar essa frase: “quem chega primeiro, bebe água limpa”.

  • @texaslady , muito pertinente seu comentário, as razões que você colocou complementam o que eu havia extraído da matéria, nada como perceber a realidade através de quem a vive na pele e "ao vivo" como parte do seu dia-a-dia, sem dúvidas há também sentimentos que apontam uma indesejada mudança para pior nos valores e costumes das pessoas e dos Estados, que estariam inicialmente pedindo e aceitando trabalhadores e pessoas cuja expectativa era de acrescentar cultura e produtividade, por causa de pessoas ruins, de má índole, e que querem somente sugar, extorquir e bagunçar os Estados para onde se dirigem e que inicialmente os receberam de braços abertos e com boas intenções.

    Parece-me, guardadas as devidas proporções, muito semelhante à grande imigração Italiana pelo mundo, da qual sou fruto, ocorrida entre 1880 e 1930, que, dentre os bons trabalhadores que acrescentaram muito aos locais onde chegaram, entre eles EUA e Brasil, vieram também os anarquistas, não no sentido puro, este poderia ser considerado bom, pois pedia condições melhores de vida e trabalho, mas no vil, de quem queria difundir as suas ideias libertárias às custas do Estado para onde se dirigiram, porém sem dar nenhuma contraprestação ou acréscimo, chegaram também os mais "barra pesada", principalmente aos EUA, e que até viraram filmes que os retratam como anti-heróis, surpreendentemente amados e idolatrados por muitos que provavelmente seriam suas vítimas se fossem seus contemporâneos.

    O ser humano é um fenômeno intrigante e complicado de compreender, não damos valor à água e ao pão, queremos "beber petróleo" e "comer ouro", sempre criamos problemas onde deveria reinar a paz (aqui me incluo num mea culpa).

  • @Detto esse seu comentário é um pensamento que venho lendo há algum tempo. A guerra de Israel contra Palestina é o nítido paradoxo do momento atual. O maior exemplo disso é a participação de brasileiros no Chega. Acho que foi a BBC, no Youtube, fez um documentário sobre o assunto. É surreal a pessoa que age dessa forma, ao menos para mim, porque muitos chegaram lá da mesma forma como eles hoje são contra, para depois conseguirem sua regularização. Isso naturalmente será cessado, falo da entrada irregular, pois a UE já identificou esse problema e hoje exige de Portugal condutas para que isso seja evitado. Cada vez mais teremos essa torneira sendo fechada, porque já vazou demais.

    Não acho que se deva entrar de forma irregular em Portugal, não é isso. O que me espanta é que alguém que tenha entrado assim, seja contra isso. O que me espanta é que alguém de Direita e extremamente crítico da Esquerda, busque justamente Portugal como forma de evitar o país que não consegue mudar a direção. Os EUA mesmo são extremamente protecionistas, com Estado forte. Faça o que digo, não faça o que faço.

    A história de vida de cada um é pessoal e única, mas certamente cada história é semelhante a de outra pessoa. Como a humanidade vem deixando de ser humana há muito tempo, temos como princípio mor hoje em dia o egoísmo, junto com o lucro desmedido, já que não se pode viver sem o dinheiro, somos educados que não basta o necessário, temos que ter sempre mais, como um jogo de azar, onde a sorte do seu caminho ser mais limpo, por mais que me digam o contrário, será sempre face da mesma moeda chamada competência.

    Eu fico muito incomodado com o ser humano, obviamente, de forma genérica, ainda existem muitas pessoas boas, mas coletivamente, estamos falhando demais como ser humano. Se as pessoas não possuem qualquer calor no coração, dificilmente agirão diferente em relação as suas próprias necessidade básicas, porque para ela as necessidades básicas nunca foram um problema. Porém, quando essa pessoa já teve esse problema e age como se nunca o tivesse tido, de fato, essa pessoa é o sintoma da doença que a humanidade vem passando.

    Para terminar, sobre o que o @ecoutinho disse (Esse é um dos traços da cultura brasileira que causa vergonha.), faço uma ressalva pessoal, porque penso que hoje em dia isso não é exclusivo do brasileiro. Talvez porque a gente conheça mais brasileiro e eles são mais francos que outras culturas, porque o mundo todo de uma forma geral vem demonstrando que esse pensamento é multinacional. Portugueses que vivem na Inglaterra meio que sabotam seus conterrâneos ainda que falem português de Portugal.

    Por fim, lógico que os que são assim aparecem muito mais do que aqueles que não são. Uma crítica ou uma notícia ruim sempre terá maior relevância do que um elogio ou uma notícia boa. Como dizemos hoje em dia, o engajamento é muito maior quando é algo ruim.

  • Eu sinceramente acho que a imigração não é problema em lugar nenhum , desde que as pessoas respeitem a cultura do país que estão indo e sejam úteis , e não um peso financeiro para o estado. Salvo caso de pessoa que precisam realmente de apoio financeiro porque seu país de origem está em estado de calamidade.

    Acredito que se for um bom profissional, respeitar o próximo e pagar impostos país nenhum enche o saco , seja o Chega , PT, PL , Democrata ou Republicano.

    A grande realidade é que ninguém aguenta uma pessoa que chega no país e estupra uma pessoa , ou rouba ou mata , portugueses ou ,no caso dos EUA, americanos também fazem. Mas quando sai no jornal aparece “Nacional de tal país comete tal crime” é isso mina o ódio pela referida nacionalidade, ainda mais quando a mulher e o lixo no país é algo tão próximo, infelizmente não tem como pedir a um homem , com idade para pensar sozinho , que aprendeu que a mulher pode ser trocada por um camelo ou saco de arroz seja valorizada em outro lugar.

    Por isso muitos querem o controle da imigração, infelizmente se quer viver do jeito do seu próprio país, com os pontos negativos da cultura, é melhor ficar lá.


    ps. Meu ponto de vista: Mulheres e homens merecem oportunidades e chances iguais em todos os lugares , só mostrei algo que realmente acontece em outros lugares , é só pesquisar.

  • @Destefano

    Para terminar, sobre o que o ecoutinho disse (Esse é um dos traços da cultura brasileira que causa vergonha.), faço uma ressalva pessoal, porque penso que hoje em dia isso não é exclusivo do brasileiro. Talvez porque a gente conheça mais brasileiro e eles são mais francos que outras culturas, porque o mundo todo de uma forma geral vem demonstrando que esse pensamento é multinacional. Portugueses que vivem na Inglaterra meio que sabotam seus conterrâneos ainda que falem português de Portugal.

    Eu concordo com você que isso não é exclusivo do brasileiro.

    Eu fico apenas decepcionado pq sempre pensei no brasileiro como um povo que acolhe bem as pessoas que vão para o Brasil (seja a passeio ou seja para tentar uma vida) e é muito desconfortável (e como disse, me causa certa vergonha) ter que admitir que o que o @Detto citou acima é a pura verdade.

  • @ecoutinho perfeito. Confesso que apesar de pensar como vc, eu não tenho vergonha, mas sim fico decepcionado mesmo. Em algum momento, eu aprendi a lidar com a vergonha alheia como não sendo minha, apesar dessas coisas nos afetar em relação aos estrangeiros de alguma forma.

  • Concordo com o @Destefano o momento não é o melhor para a mudança na legislação, a causa da mudança da legislação em 2018, na qual a nacionalidade de neto passou de derivada para originária foi justificada pela população residente descrente em Portugal. Em julho de 2024, a população residente em Portugal chegou a sua maior quantidade histórica de 10,6 milhões de habitantes. Ressalte-se que a taxa de mortalidade em Portugal ainda é quase o dobro da taxa de natalidade, o que é suprido pela migração.

    Por outro lado, a partir de 2017, a onda de "diaspora" brasileira se intensificou, o que significou para Portugal uma população brasileira que hoje varia entre 360 mil e 510 mil brasileiros residentes, sendo que a grande parte já tem os 5 anos de residência necessários para pleitear sua cidadania (o que está gerando um grande gargalo no AIMA para certificar esse tempo de residência) significa dizer que a população de migrantes diminuirá haja vista que eles serão incorporados como nacionais. Isso significa que o objetivo de recomposição populacional foi atingido. E devemos ter no IRN nos próximos anos uma enxurrada de pedidos de cidadania por residência.

    Eu, em particular, tenho uma visão muito maior sobre multicidadanias. Primeiro em relação a quantificação, uma pessoa com dupla cidadania no Brasil é computada como brasileiro, bem como uma pessoa com dupla cidadania em Portugal é computada como português. O que acaba gerando uma sub valoração de número de portugueses no Brasil (contado aqueles que tem dupla cidadania) e brasileiros em Portugal (contado aqueles que tem dupla cidadania).

    O objetivo deveria ser muito maior do que a simples recomposição de população em Portugal, os cidadãos com dupla cidadania (bem como os migrantes) deveriam ser indutores dos laços entre a cultura portuguesa e brasileira. Para tanto, a questão de representação parlamentar deveria ser revista, para contabilizar aquelas pessoas que tem dupla cidadania. Bem como se criar no Brasil representação parlamentar para brasileiros que vivem no estrangeiro. O Brasil deveria ter uma comunidade da diaspora estruturada como Portugal tem, já temos quase 5 milhões de brasileiros atualmente vivendo no exterior, normalmente não computado os brasileiros que têm dupla cidadania.

  • @Destefano , @ecoutinho , até bem pouco tempo atrás, viajando no pensamento, acreditava piamente que, se houvesse uma ameaça maior, como uma catástrofe que poria em risco a vida na Terra, uma colisão celeste, por exemplo, nos uniríamos incondicionalmente para tentar solucionar o problema, mas, após a pandemia, onde houve, até mesmo, roubo permitido, dos Países mais poderosos dos suplementos que chegariam aos Países menos afortunados, quem não se lembra do avião que viria ao Brasil e ficou retido para a tomada dos suplementos que carregava, e ainda assim pedimos a benção para quem os nos tomou.

    Sempre entendi a busca por recursos necessários à sobrevivência e à vida saudável física e mental, o que nunca entendi é o acúmulo de recursos em quantidade que nunca usaremos, talvez por isso nunca tive vocação para ser milionário ou até bilionário, mesmo vendo no YouTube que é muito fácil, basta assistir alguns vídeos (contém ironia), de quem na verdade só quer tomar o que é nosso, o que certamente leva à guerras e atrocidades que elas trazem consigo.

    Depois de vivenciar na prática esta pandemia, acredito que estamos mais para o filme "Não Olhe Para Cima" em que o mundo vai acabar e o povo está mais interessado em quem a atriz preferida vai namorar, ou no lucro e poder político que a exploração do cientista que sabe do que fala pode trazer, e no fim salvam-se, não os mocinhos, mas os piores que a humanidade tem.

  • @Detto "O ser humano é um fenômeno intrigante e complicado de compreender, não damos valor à água e ao pão, queremos "beber petróleo" e "comer ouro", sempre criamos problemas onde deveria reinar a paz (aqui me incluo num mea culpa)."

    @Destefano "Como a humanidade vem deixando de ser humana há muito tempo, temos como princípio mor hoje em dia o egoísmo, junto com o lucro desmedido, já que não se pode viver sem o dinheiro, somos educados que não basta o necessário, temos que ter sempre mais, como um jogo de azar, onde a sorte do seu caminho ser mais limpo, por mais que me digam o contrário, será sempre face da mesma moeda chamada competência."

    @ecoutinho "O bom e velho “farinha pouca, meu pirão primeiro…” Esse é um dos traços da cultura brasileira que causa vergonha."

    Infelizmente é difícil não concordar com as constatações dos colegas. Difícil esperar alguma mudança neste mundo sem que possamos olhar para dentro nós mesmos. Porque em maior ou menor medida fomos nos deixando levar nesta corrente consumista e egoista, que só beneficia os super ricos que detem o poder do dinheiro no mundo. Na verdade fomos nós mesmos que permitimos que a situação chegasse ao ponto que chegou hoje no mundo.

    Minha pergunta é, será que conseguiremos reverter esta situação e voltarmos a ser humanos novamente ou pelos menos menos desumanos?

  • @Damasceno_de_Castro

    Eu, em particular, tenho uma visão muito maior sobre multicidadanias. Primeiro em relação a quantificação, uma pessoa com dupla cidadania no Brasil é computada como brasileiro, bem como uma pessoa com dupla cidadania em Portugal é computada como português. O que acaba gerando uma sub valoração de número de portugueses no Brasil (contado aqueles que tem dupla cidadania) e brasileiros em Portugal (contado aqueles que tem dupla cidadania).

    Ainda não tinha pensado nisso e faz muito sentido. Isso, inclusive, sem pensar muito, talvez comprometa números 'oficiais', em que pese não devesse, mas, como sabemos, na política, nem sempre as falácias são evitadas.

    O objetivo deveria ser muito maior do que a simples recomposição de população em Portugal, os cidadãos com dupla cidadania (bem como os migrantes) deveriam ser indutores dos laços entre a cultura portuguesa e brasileira. Para tanto, a questão de representação parlamentar deveria ser revista, para contabilizar aquelas pessoas que tem dupla cidadania. Bem como se criar no Brasil representação parlamentar para brasileiros que vivem no estrangeiro. O Brasil deveria ter uma comunidade da diaspora estruturada como Portugal tem, já temos quase 5 milhões de brasileiros atualmente vivendo no exterior, normalmente não computado os brasileiros que têm dupla cidadania.

    O ponto que você menciona sobre o objetivo do parlamentar faz sentido, mas o sentido para o parlamentar é ter o voto e, para tanto, nem sempre se faz o que o bom senso diz que é certo, mas sim o que de fato consubstancia em voto. E isso é algo que parece não tem fim, considerando o Hobbes já falou há muito tempo: o homem é lobo do homem. E em uma leitura bem simplória, o maior problema do homem é ele mesmo, no sentido de humanidade.

    E nesse linha, todo mundo aqui já deve ter ouvido, lido ou visto Ensaio sobre a cegueira, do premiado com Nobel Saramago, onde também fica bem claro como as coisas funcionam, na verdade. Ainda assim, eu me considero um otimista, porque eu acredito que ainda mudaremos o rumo dessa história, só tivemos a sorte e o azar de fazermos parte dessa fatia da história.

  • @Detto

    (...) até bem pouco tempo atrás, viajando no pensamento, acreditava piamente que, se houvesse uma ameaça maior, como uma catástrofe que poria em risco a vida na Terra, uma colisão celeste, por exemplo, nos uniríamos incondicionalmente para tentar solucionar o problema, mas, após a pandemia, onde houve, até mesmo, roubo permitido, dos Países mais poderosos dos suplementos que chegariam aos Países menos afortunados, quem não se lembra do avião que viria ao Brasil e ficou retido para a tomada dos suplementos que carregava, e ainda assim pedimos a benção para quem os nos tomou.

    (...)

    Depois de vivenciar na prática esta pandemia, acredito que estamos mais para o filme "Não Olhe Para Cima" em que o mundo vai acabar e o povo está mais interessado em quem a atriz preferida vai namorar, ou no lucro e poder político que a exploração do cientista que sabe do que fala pode trazer, e no fim salvam-se, não os mocinhos, mas os piores que a humanidade tem.

    Nunca tinha pensado a respeito e a pandemia foi o período em que mais fiquei esperançoso quanto a mudança do ser humano, mas hoje percebo que a pandemia acirrou ainda o egoísmo humano e capacidade de discordar, sendo que essa discordar não cessa no mundo das ideias, mas no sentido de eliminar que pensa diferente. É fato que a internet democratizou o pensamento e as curtidas criaram os pensadores de faz de conta, onde o que vale o engajamento, o ego e a monetização.

  • @texaslady

    Minha pergunta é, será que conseguiremos reverter esta situação e voltarmos a ser humanos novamente ou pelos menos menos desumanos?

    Reverteremos, creio muito nisso, mas por sermos "seres humanos", provavelmente não teremos tempo para ver essas mudanças.

  • @Destefano @texaslady @ecoutinho @eduardo_augusto @AlanNogueira @CarlosASP @Admin e muitos outros que aqui contribuem ou contribuíram, com quem tenho menos contato, ou nunca tive, mas não seria justo deixá-los de fora, porque sei que ajudam ou ajudaram, quando por aqui passam ou passaram, e fazem sempre sem pedir nada em troca, pelo simples prazer em ajudar ao semelhante, meus pensamentos acima podem ser pessimistas, mas mantenho minha esperança e desejo de que essa fraternidade que aqui experimento seja propagada cada vez mais, são atitudes assim que me fazem manter a esperança num presente e futuro melhores, num mundo fraterno e solidário, onde a troca de ideias ainda que pouco ou até muito diferentes seja sempre agregadora e não agressiva. Parece "piegas" o que exprimo, mas é um sentimento que aprecio dividir, e vocês deixam um pedaço de vocês nas conquistas relacionadas aos que ajudaram a tê-las, a deliciosa alegria de uma conquista que guiaram, merece passar a ser a alegria de vocês, vocês têm direito a ela, e assim indiscutivelmente contribuem para um mundo melhor, cada um à sua maneira.

    Às vezes, quando estou um pouco triste e descrente, venho aqui e sempre o que vejo é alguém ajudando alguém, sem pensar em que vantagem irá levar, saio sempre renovado e esperançoso.

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