Localização de certidão de nascimento de cidadãos Cervos antes de 1857

Olá

Não estou conseguindo localizar a certidão de nascimento do meu bisavô, natural de Cervos, Montalegre, Vila Real

O responsável pelo Arquivo Distrital de Vila Real disse que lá não tem as certidões de um período que vai até 1857, sendo que meu bisavô nasceu em 1844/45.

O processo de cidadania para netos e do meu pai de 87 anos e foi concluído indeferido depois de 3 anos pq eles acharam que a certidão do meu avô ao estava clara quanto à filiação. E me pediram a certidão de casamento dos meus bisavós. Depois de muita procura achei. Mas para fazer a transcrição, o Consulado exige ambas as certidões de nascimento. E para o processo só bastava a de um progenitor. Agora preciso da certidão de nascimento do outro.

Comentários

  • andrelasandrelas Beta
    editado July 17

    @simonenmourao , se o arquivo de Vila Real diz que não tem as certidões, e se ele de fato nasceu em Cervos e lá foi batizado, as perspectivas não são boas. De fato, na página do Tombo.pt referente a Cervos não existem batismos anteriores a maio de 1853:

    https://tombo.pt/f/mtr03

    Por outro lado, Cervos só passou a existir em Montalegre a partir de 1852, sendo antes de outro concelho chamado Chaves:

    https://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-cervos-1473196

    Cervos foi abadia da apresentação da Casa de Bragança, sua donatária.

    Em 1839 surge na comarca de Chaves passando, em 1852, para a de Montalegre.

    Assim, se você puder, seria interessante enviar as informações que você possua para tentarmos localizar o batismo, ainda que em outra freguesia, caso exista. Por exemplo, as informações da certidão de casamento dos seus bisavós são importantes - se for possível, poste ela aqui. Se preferir não postar, os dados mais importantes são:

    • Nome do seu bisavô
    • Nome dos pais do seu bisavô (como estão na certidão de casamento)
    • Data (o mais aproximada possível) de nascimento do seu bisavô
    • Qualquer outro dado adicional que você tiver (onde nasceram os pais de seu bisavô, onde foi o casamento do seu bisavô, etc, etc)

    Com esses dados é possível tentar encontrar onde poderia estar este batismo, mas tendo consciência de que nem sempre isso é possível, infelizmente.

    EDIT: estava olhando a vila de Cervos no Google Street View, e é um tesouro! Praticamente intocada, com construções que provavelmente remontam ao século 17/18.

  • Que linda Cervos!!

  • editado July 24

    @andrelas primeiramente obrigada pelo retorno e interesse em me ajudar. Estamos há 3 anos nesta luta. E meu pai já tem 87 anos...enfim...

    No passaporte de vinda do meu bisavô pro Brasil em 1875 diz que ele é de Cervos. Será que não nasceu lá? Acho difícil que não, porque o pai dele faleceu em Cervos. Vou passar todas as informações que tenho:

    Meu bisavô, Antonio Emilio Mourão, deixou Portugal em direção ao Brasil no ano de 1875, aos 30 anos. Seu passaporte está no Arquivo Distrital de Vila Real. Neste documento, é informado que ele é de Cervos. Segue em anexo.

    Os pais do meu bisavô Antonio Emilio Mourão são Antonio Manuel/Manoel Mourão e Anna/Ana Alves da Cruz.

    No ano de 1905, há um inventário da Comarca de Montalegre por óbito de Anna Alves da Cruz, sendo inventariante o seu marido Antonio Manoel Mourão. Tem apenso um inventário pela morte do marido em 1912. Esta informação foi me passada por uma pessoa do Arquivo de Braga que pesquisou no Family Search.

    O óbito do meu trisavô Antonio Manoel Mourão é de 1912, em Cervos, Montalegre. Neste, deixou os filhos: Antonio, de 60 anos, ausente no Brasil (meu bisavô), Umbelinda (falecida, com filhos), Florinda (falecida, com filhos), Isabel com 45 anos e Albina com 40 anos. Estas informações também foram me passadas por esta pessoa anteirormente mencionada.

    Ele também me disse que não seria possível localizar o nascimento/batismos dele em Cervos, pois há uma falha dos registros de batismo, começando o primeiro livro apenas em 25/05/1853, sendo que o primeiro batismo que aparece dos irmãos do meu bisavô é de Isabel, nascida em 03/05/1854. Mas talvez esteja, como o sr. disse, na Comarca de Chaves.

    Os meus bisavós, apesar de serem ambos portugueses, casaram-se no Brasil. Eu peguei hoje a certidão de casamento deles no Arquivo da Cúria Metropolitana no Rio de Janeiro. Posso passar as informações, se precisar.

    O registro de nascimento da minha bisavó está comigo. Estava no Arquivo Distrital de Vila Real e faz parte do processo de cidadania do meu pai. Só que, após 3 anos tramitação, querem que eu envie a certidão de casamento deles que deve ser transcrita. Mas o Consulado de Portugal para realizar a transcrição exige os registros de nascimento de ambos!

    Por isso sigo procurando.

    Agradeço qualquer ajuda e pista.

    Cervos é lindo. Estou apaixonada e quero muito um dia conhecer a aldeia e a família Mourão que lá vive.


  • @Zephyrus sim, estou apaixonada!

  • andrelasandrelas Beta
    editado July 25

    @simonenmourao , primeiramente, obrigado pelas informações.

    Dei uma olhada em Chaves e, infelizmente, não existem livros online. Vou tentar pesquisar pra descobrir a razão (pode ser que nem tivessem igreja lá).

    Em relação ao fato de não existirem livros anteriores a 1853 em Cervos, você já perguntou ao Arquivo se eles sabem a razão? Pode ser (hipóteses, apenas) que os livros de Chaves tenham sido migrados para lá e que, depois, tenha havido algum acidente (incêndio, inundação, etc) e tenham se perdido. NÃO estou dizendo que é o caso, mas quem sabe eles têm a informação.

    Independente da busca (vou tentar pesquisar um pouco e pensar em opções de outras freguesias), você já tentou verificar se há alternativa legal para conseguir que o processo seja aceito mesmo sem a transcrição do casamento (nem que seja judicialmente)? Entendo que há uma urgência, devido à idade do seu pai, mas uma vez que o documento de nascimento do seu bisavô estava na guarda de Portugal e deveria ser provido por eles, e que, ao que parece, ele não existe mais; e considerando também que indubitavelmente sua bisavó É portuguesa e que você tem todos os documentos provando que ela é avó do seu pai, PODE SER (não sou advogado, isso não é um conselho legal, é apenas uma divagação) que exista como "obrigar" o IRN a aceitar os documentos sem a transcrição. Afinal, a filiação está estabelecida da sua bisavó até o seu pai). Sei que há a questão do "declarante" no batismo do seu avô (que, provavelmente, é seu bisavô do qual não temos a certidão), mas a burocracia nem sempre ganha da lógica e da lei.

    Claro, isso será custoso e demorado, não falo aqui de um processo de cidadania (entrar com um processo de cidadania com advogado ou por conta própria não faz diferença, o que faz são os documentos), mas de um processo judicial. É preciso avaliar tempo, custo (será alto), e chance de vitória - e eu sou absolutamente incapaz para avaliar qualquer um destes quesitos. Por outro lado, pode ser que esse potencial processo possa até mesmo aproveitar o pedido atual, "obrigando" o IRN a reavalia-lo em vez de começar do zero e esperar anos novamente. Mas, repito, só um (ou até mais de um, para ter mais de uma opinião) advogado que atue em Portugal, especialista nesta área, poderá responder.

    Desculpe ter mais perguntas do que respostas, mas me coloquei no seu lugar mentalmente e avaliei que opções eu teria na falta do documento.

  • @simonenmourao , esgotei as possibilidades de pesquisas mais óbvias, infelizmente sem sucesso. Resumo do que fiz para seu arquivo e para que talvez outros tenham caminhos alternativos:

    Relembrando os personagens principais, para facilitar o acompanhamento do texto por outras pessoas:

    • Antonio Emilio Mourão, seu avô, que é de quem procuramos o batismo
    • Antonio Manoel Mourão, seu bisavô e pai do Antonio Emílio
    • Anna Alves da Cruz, sua bisavó e mãe do Antonio Emílio

    Em Cervos, encontrei o batismo de quatro filhas dos pais de Antonio Emílio (casal Antonio Manoel Mourão e Anna Alves da Cruz), ou seja, irmãs de Antonio Emilio:

    • Isabel (1854)
    • Angelina (1856)
    • Florinda (1859)
    • Albina (1863)

    Como iniciei as pesquisas no primeiro livro lá disponível, que se inicia em 1853, isso significa que não há como pesquisar batismos antes disso ONLINE. Pode sempre ser que os livros existam, mas não estão na página.

    Em dois destes batismos é dito que o pai das crianças e de Antonio Emilio, Antonio Manoel, teria nascido em Beça/Boticas/Vila Real, enquanto a mãe, Anna Alves da Cruz, nasceu na própria Cervos. Em um dos documentos também está escrito que eles teriam se casado em Cervos (o que faz sentido, haja vista que quase sempre quem mudava de cidade era o marido, embora haja exceções). 

    Por isso, fui a Beça pesquisar e de fato encontrei o que PARECE ser o batismo de Antonio Manoel (pai do Antonio Emilio) em Beça, no ano de 1819. Digo "parece" porque, apesar dos nomes dele, do pai e da mãe estarem corretos, considerando que você me disse que ele teria morrido em 1912 (eu não tenho o documento, me baseio no que você relatou), ele teria vivido 95 anos, idade incomum (mas não impossível) para a época. Por outro lado, como você também disse que o Antonio Emilio, filho dele, tinha em torno de 60 anos quando ele faleceu, essa idade já não parece tão absurda assim.

    Quanto ao casamento dos pais de Antonio Emílio: não há como procurar o casamento de Antonio Manoel e Anna Alves da Cruz em Cervos, pois o primeiro livro de casamentos lá existente é de 1860 e, considerando que no primeiro batismo encontrado (o de 1854) eles já eram casados (pois Isabel é "filha legítima"), o casamento ocorreu de 1854 para trás. Só para garantir, olhei o livro de Beça que cobre de 1828 até 1867, tendo percorrido manualmente o livro desde seu início até o ano de 1854 (página 37), procurando o casamento acima, e não encontrei.

    Também é interessante comentar que criei uma pequena árvore no MyHeritage para facilitar meu controle e, nessa árvore, encontrei dois matches com a família, mas o Antonio Emilio não aparecia em nenhuma das duas árvores (apareciam todas as irmãs e o pai, mas não o Antonio Emílio). Coloco a árvore, em PDF, anexa, junto com todos os documentos que encontrei, mas ela segue também abaixo em forma de imagem:


    Resumo da linha do tempo:

    • 1819, BEÇA: Antonio Manoel Mourão nasce (a data vem de um POSSÍVEL batismo, pode ser que não seja ele)
    • ????: Antonio Manoel Mourão e Anna Alves da Cruz se casam, supostamente em Cervos (não encontrado)
    • ????: ANTES DE 1853 nasce Antonio Emilio Mourão, supostamente em Cervos (é o documento que queremos)
    • 1854, CERVOS: Nasce Isabel, irmã de Antonio Emilio
    • 1856, CERVOS: Nasce Angelina, irmã de Antonio Emilio - ela viria a falecer em 1872, com 15 anos (temos batismo e óbito)
    • 1859, CERVOS: Nasce Florinda, irmã de Antonio Emilio (temos o batismo)
    • 1863, CERVOS: Nasce Albina, irmã de Antonio Emilio (temos o batismo)
    • 1870, CERVOS: Antonio Emílio aparece como padrinho de uma criança chamada Antonio (temos o batismo)
    • 1878, CERVOS: Antonio Emílio aparece como padrinho de uma criança chamada Candida (temos o batismo)

    (CONTINUA)

  • (CONTINUAÇÃO)

    DOCUMENTOS QUE TEMOS (envio todos anexos, não os juntei todos em um ZIP porque há limite de tamanho de cada um dos anexos):

    • PROVÁVEL Batismo de Antonio Manoel (pai de Antonio Emilio), em Beça
    • Batismo de Isabel, Angelina, Florinda e Albina (irmãs de Antonio Emilio), em Cervos
    • Óbito de Angelina, irmã de Antonio Emílio, em Cervos
    • Batismo de quatro filhos de Florinda e um filho de Albina, todos em Cervos
    • Dois batismos em Cervos nos quais Antonio Emílio é o padrinho
    • Árvore construída para trabalhar sobre ela

    LIVROS PESQUISADOS MANUALMENTE (folha a folha):

    CERVOS, Livro de registo de baptismos 1853-05-25 – 1886-10-31

    Olhei do início (1853) até a página 80 (final de 1868), encontrei os nascimentos de Isabel (1854), Angelina (1856), Florinda (1859), Albina (1863). Não encontrei Antônio Emílio nem Umbelinda

    BEÇA, Livro de registo de casamentos 1828-01-01 – 1867-12-31

    Olhei do início (1828) até a página 37 (final de 1854) e não encontrei o casamento de Antônio Manoel Mourão e Anna Alves da Cruz

    BEÇA, Livro de registo de baptismos 1809-01-01 – 1843-12-31

    Olhei o livro todo (1809 a 1843) e não encontrei o nascimento de Antonio Manoel, pai de Antonio Emilio)

    BEÇA, Livro de registo de baptismos 1808-01-01 – 1849-12-31

    Olhei da Pag 130 para tras (1844 para trás) - ENCONTREI na página 73 um batismo que PARECE ser de Antonio Manoel, pai de Antonio Emílio

    Olhei da última página para trás, procurando o batismo de Antonio Emilio, até a página 100 (1823), e não encontrei

    BEÇA, Livro de registo de baptismos 1809-01-01 – 1843-12-31

    Olhando da última página para trás, procurando o batismo de Antonio Emilio, até a página 10 (1828), e não encontrei

    BEÇA, Livro de registo de baptismos 1847-01-01 – 1863-12-31

    Olhando da primeira página para a frente, procurando o batismo de Antonio Emilio, até a página 40 (1854), e não encontrei

    SUGESTÕES:

    • Contactar a conservatória e tentar entender o porquê de não existirem livros em Cervos antes de 1854. Não havia mesmo batismos lá? Havia, mas os livros foram destruídos? Poderiam estar em outra localidade?
    • Avaliar a possibilidade de, judicialmente, buscar a aprovação do processo sem fazer a averbação do casamento, dado que, pelo seu relato, sua bisavó também era portuguesa e você já comprovou a linhagem. Reforço o que disse antes: NÃO SEI SE ISSO É VIÁVEL, NÃO SOU ADVOGADO, NÃO É UM CONSELHO LEGAL, vai custar caro e demorar. Minha sugestão seria consultar um ou dois advogados especializados no tema, apresentar o caso, e ver as opiniões deles.

    No mais, se houver alguma outra sugestão dos colegas, talvez possamos explorar.

  • editado July 25

    @andrelas nossa! Quantas informações o(a) sr (a) conseguiu!!! Muito obrigada! Vou ler com muita calma e atenção. Mas já posso adiantar que o diretor do Arquivo Distrital de Vila Real tinha me informado que desconhece-se a sua existência/localização, quando perguntei se ele sabia onde poderiam estar.

    Falar com a Central de Registos do IRN é um grande desafio. Envio vários e-mails e fico meses sem resposta. Mas vou tentar. Até penso em ligar. Mas acredito que respostas por escrito são mais confiáveis.

    A Central está exigindo a certidão de casamento transcrita porque acham que o registro de nascimento do filho de Antonio Emilio Mourão, também com nome igual, o qual compartilhastes aqui não prova que Martinha é a mãe, porque o registro foi feito por um vizinho do casal e os pais não estavam presentes ( provavelmente por algum problema de doença). Se eu não enviar a certidão de casamento ( já em minhas mãos)...transcrita...vão indeferir o processo. Mas se Portugal não tem o registro de nascimento do Antonio Emilio pai, tem documentos que podem substituir, certo? Uma tal de subscrição de registro. Foi o consulado que informou. Mas disseram que vai ter que ser feito tudo por Portugal agora. Vou fazer contato com a Conservatória.

    Uma outra observação. A Martinha foi registrada sem sobrenome, quando nasceu. Na certidão, só os pais tem sobrenome. Em 1878. O diretor do Arquivo D. De Vila Real informou que era muito comum as crianças não serem registradas com sobrenome...então, que sobrenome usavam? Podiam usar o que escolhessem?

  • @andrelas no site Geneall, acharam a certidão de casamento da Candida 1873, filha de Antônio Manoel Mourão E Ana Alves Cruz. Segue link

    https://digitarq.arquivos.pt/fileViewer/f289dc59cd554053bcabbc14eb7d5841?isRepresentation=false&selectedFile=53260961&fileType=IMAGE

    • 1878, CERVOS: Antonio Emílio aparece como padrinho de uma criança chamada Candida (temos o batismo)

    Mas o Antonio Emilio veio para o Brasil em 1875

    Tem o passaporte no Arquivo...

    Não entendi. Será que ele foi de novo pra Portugal só para o batismo? Muito difícil. Não deve ter voltado mais...

  • Tem uma igreja em Chaves muito antiga. Segue o link. Eu mandei um e-Mail para lá


  • andrelasandrelas Beta
    editado July 26

    @simonenmourao , respondendo por partes:

    A Central está exigindo a certidão de casamento transcrita porque acham que o registro de nascimento do filho de Antonio Emilio Mourão, também com nome igual, o qual compartilhastes aqui não prova que Martinha é a mãe, porque o registro foi feito por um vizinho do casal e os pais não estavam presentes ( provavelmente por algum problema de doença).

    Ah, agora entendi o motivo! Realmente existe esse problema de o declarante não ser nenhum dos dois. Mas, novamente, se se esgotarem as alternativas documentais, TALVEZ haja como pleitear judicialmente o reconhecimento. Só mesmo um advogado especializado, em Portugal, poderia dizer qual a chance real de ganhar uma causa assim, e qual o custo e tempo previstos.

    Se eu não enviar a certidão de casamento ( já em minhas mãos)...transcrita...vão indeferir o processo.

    Eu sugiro que você crie um outro tópico, mais sucinto, expondo a situação no forum (precisa transcrever a certidão, mas não encontra o batismo, etc) e peça ajuda especificamente sobre como proceder com o conservador a este respeito. Por exemplo, eu já li em diversos tópicos que é possível ficar "estendendo" o prazo que eles dão por bastante tempo, desde que se mantenha a comunicação e saibam que você está em busca dos documentos. No entanto, eu não conheço tanto dessa parte e há colegas que podem responder com muito mais propriedade. Pode até colocar o link deste tópico, dizendo que está em busca da certidão, mas focar nessa questão legal/processual neste outro tópico.

    Mas se Portugal não tem o registro de nascimento do Antonio Emilio pai, tem documentos que podem substituir, certo? Uma tal de subscrição de registro. Foi o consulado que informou. Mas disseram que vai ter que ser feito tudo por Portugal agora. Vou fazer contato com a Conservatória.

    Mais uma coisa que você pode perguntar em outro tópico. Esse aqui, pelo título que você colocou, não vai "atrair" quem não tem experiência/gosto pela busca de documentos. Um outro, com título que deixe claro o problema processual e uma explicação sucinta do seu problema, terá mais sucesso neste aspecto.

    Uma outra observação. A Martinha foi registrada sem sobrenome, quando nasceu. Na certidão, só os pais tem sobrenome. Em 1878. O diretor do Arquivo D. De Vila Real informou que era muito comum as crianças não serem registradas com sobrenome...então, que sobrenome usavam? Podiam usar o que escolhessem?

    Isso era praticamente o padrão. Os documentos de batismos (e mesmo de registro civil antigamente, inclusive no Brasil) traziam somente o primeiro (ou eventualmente segundo, no caso de nomes compostos) nome do nascituro. Nos batismos, o "padrão" é "batizei um inocente do sexo feminino" (ou masculino) "a quem dei o nome de fulano, nascido no lugar xyz etc etc". Depois, vinham os nomes do pai e da mãe. O nome com sobrenome só vinha a ser relativamente fixado, no caso dos homens, no momento do casamento, em que ele assumia o sobrenome que desejava (na maioria das vezes o do pai, às vezes o da mãe ou uma mistura de ambos, e às vezes até de um avô). Já as mulheres normalmente ou assumiam o sobrenome dos pais (como os homens) ou ficavam direto com o do marido. E mais, isso era "intercambiável" ao longo da vida - não é incomum encontrar uma "Maria da Conceição" no primeiro filho, "Maria de Jesus" no segundo, e "Maria Alves" no terceiro.

    O que ocorre é que as pessoas não sabiam ler e escrever e, assim, diziam seus nomes de cabeça e o padre anotava o que ele ouvia, daí a normalidade de diferenças de grafia como "Manuel" ou "Manoel", "Mariana" ou "Maria Ana", etc). Além disso, não havia uma regra (como há para documentos civis), não eram documentos de uso "civil" (não tinham uso prático além da própria Igreja), etc.

    Outro problema são datas de nascimento. Nos locais pobres (quase todo o norte de Portugal) aniversários não eram datas importantes. Muita gente literalmente não sabia que dia nasceu, e mesmo o ano às vezes. Por isso, quando se encontra em um casamento que a pessoa tinha "x anos", não se pode levar isso a ferro e fogo.

    acharam a certidão de casamento da Candida

    Eu foquei mais nos nascimentos, pois eles têm informações a mais (avós, por exemplo). Mas anotei aqui o casamento. Aliás, a própria Candida não estava nem na árvore que eu fiz, nem nas duas que encontrei com "matchs" no MyHeritage, exatamente porque nasceu antes de 1853 como o Antonio Emílio.

    : de uma criança chamada Candida (temos o batismo)

    Mas o Antonio Emilio veio para o Brasil em 1875

    Tem o passaporte no Arquivo...

    Olha, SEMPRE pode ser um homônimo... Mas como Antonio Emílio não é um nome comum, e como o nome todo está igualzinho, há boa chance de não ser um homônimo e ser ele mesmo. Essa informação nem é importante, coloquei mais porque isso estabelece a EXISTÊNCIA de um Antonio Emílio Mourão em Cervos, já que não encontramos nenhum outro documento citando o nome dele.

    E tem mais: agora que você encontrou a Cândida, fui rever e vi que a madrinha é ela:

    EDIT: Foram os dois padrinhos TAMBÉM da outra criança:

    Eu diria que a chance de serem homônimos é BEM pequena. Repare que são "solteiros" (ou seja, não são um casal, o que poderia explicar os dois terem o sobrenome Mourão. Além disso, a Cândida tem como outro sobrenome Alves, que é o sobrenome mais usado da mãe (o "Cruz" não aparece em muitos documentos porque, na verdade, não é um sobrenome de fato, é um nome católico como "de Jesus", "da Conceição", etc - basta vez que nem o pai e nem a mãe dela tem "Cruz" no nome).

    Assim, das três uma: ou são homônimos (improvável, mas nunca impossível), ou são eles e o Antonio Emílio só veio pro Brasil mais tarde, ou ele veio, voltou, e veio de novo.

    Pra fechar: reforço a sugestão de fazer outro post focando nas suas alternativas caso não ache o assento de batismo (o prognóstico, infelizmente, não é bom), independente de continuar a busca.

  • @simonenmourao , esqueci de comentar que sua informação a respeito de Santa Maria Maior, em Chaves, é pertinente. Ela fica onde ficava a freguesia de Chaves... Pode mesmo ser que o batismo, se foi mesmo feito em Chaves, esteja lá.

    O problema é que os livros de Santa Maria Maior são bastante grandes e, na ausência de uma data exata, é preciso ler um a um os registros. A maioria tem o nome do batizado à borda mas, como são muitos Antonios, tem que ler cada um que encontrar.

    Os livros estão aqui:

    https://tombo.pt/f/chv50

    ACHAMOS que o pai do Antonio Emilio nasceu em 1819 (pelo batismo que achei), por improvavel que isso seja. Como não sabemos quando se casou, o prudente seria iniciar a busca 18 anos depois do nascimento dele, em 1837. Já o limite superior podemos estabelecer como sendo o batismo da primeira irmã cujo nascimento encontramos, que é a Isabel, em 1854.

    Isso nos daria a faixa (estendida) de 1837 a 1854, o que é MUITA coisa. Porém, pela informação abstrata que você tem ele teria nascido em torno de 1845. Assim, eu começaria olhando estes livros:

    • Livro de registo de baptismos 1845-01-01 – 1852-12-31 (inteiro)
    • Livro de registo de baptismos 1845-01-01 – 1852-12-31 (inteiro)
    • Livro de registo de baptismos 1852-01-01 – 1856-12-31 (até 1854, inclusive)

    Se não encontrar, poderia tentar também os abaixo:

    • Livro de registo de baptismos 1823-01-01 – 1837-12-31 (apenas o ano de 1837)
    • Livro de registo de baptismos 1834-01-01 – 1840-12-31 (de 1837 a 1840)
    • Livro de registo de baptismos 1836-01-28 – 1845-12-28 (de 1837 a 1845)
    • Livro de registo de baptismos 1837-01-01 – 1845-12-31 (de 1837 a 1845)

    Você pode fazer isso de forma sistemática e metódica, livro a livro, sempre anotando em que página começou, em que direção (para a frente ou para a trás) pesquisou, e onde parou, de forma a poder continuar num outro dia e também de maneira a não se perder. Foi assim que fiz com aqueles livros lá em cima que consultei, o que fiz ao longo de dois dias. Mas reforço que é um esforço de tempo bastante grande para apenas um palpite, uma probabilidade remota. Dito isso, já fiz isso (ir atrás de palpites) algumas vezes em minhas pesquisas genealógicas, a maioria delas infrutífera mas uma ou outra com sucesso.

  • @andrelas vou fazer as pesquisas aos poucos. Mas vou antes seguir seu conselho e pedir esclarecimentos junto ao IRN.

    Eu disse os anos de 1844/45 como provável data de nascimento, baseada no documento de passaporte dele que está no Distrito de Vila Real. De 1875, quando ele tinha 30 anos. Estas informações estão lá. Caso queira olhar para ver se encontra algo ( porque não tive acesso ao documento em si, apenas às informações de registro do Arquivo ( o primeiro anexo que coloquei aqui).

    Mas conheço um caso de uma conhecida que o antepassado mentiu a idade. Por causa da guerra. Pode acontecer. Apesar dos registros dos filhos no Brasil ele ter idade de acordo com o que mencionou no passaporte com o passar dos anos. Mas não podemos descartar, certo?

  • @andrelas Isso era praticamente o padrão. Os documentos de batismos (e mesmo de registro civil antigamente, inclusive no Brasil) traziam somente o primeiro (ou eventualmente segundo, no caso de nomes compostos) nome do nascituro. Nos batismos, o "padrão" é "batizei um inocente do sexo feminino" (ou masculino) "a quem dei o nome de fulano, nascido no lugar xyz etc etc". Depois, vinham os nomes do pai e da mãe. O nome com sobrenome só vinha a ser relativamente fixado, no caso dos homens, no momento do casamento, em que ele assumia o sobrenome que desejava (na maioria das vezes o do pai, às vezes o da mãe ou uma mistura de ambos, e às vezes até de um avô). Já as mulheres normalmente ou assumiam o sobrenome dos pais (como os homens) ou ficavam direto com o do marido. E mais, isso era "intercambiável" ao longo da vida - não é incomum encontrar uma "Maria da Conceição" no primeiro filho, "Maria de Jesus" no segundo, e "Maria Alves" no terceiro.

    Foi o que aconteceu com a Martinha! Fiquei até receosa de dar problemas a Conservatória não aceitar a certidão de casamento deles, porque ela adotou o sobrenome do pai no casamento, da mãe nos registros dos filhos e pasmem...foi enterrada com.o sobrenome do marido, quando faleceu no Brasil: Martinha Emilio Mourão! Na certidão de casamento deles, tem erros do sobrenome dele: Morão e de um dos pais de algum deles.

  • editado July 26

    @andrelas ele pode ter informado a idade errada no passaporte por- como vc disse - talvez nem saber direito a data de nascimento.

  • @andrelas descobri nos registros de Cervos o óbito de Antonio Manoel, em 1912, aos 93 anos! E descobri também uma outra irmã de Antonio Emilio provavelmente um pouco mais velha, pois faleceu 4 meses antes do pai, aos 61 anos em 1912.: Thereza de Jesus Mourão!

    Eu achei uma declaração de batismo anexada à certidão de casamento de antonio emilio mourão,.onde ele declara ser de Cervos e ter, no ano do casamento em 1894, 40 anos. Tinha 2 testemunhas portuguesas e que estava no Brasil há 15 anos, o que se supõe que ele tenha chegado no Brasil em 1879, o que bate pois ele estava em Portugal em 1878, batizando alguém, certo?

    Nesse passaporte que achei de 1875 de antonio emilio mourão tinha 90 dias de validade. Pode ser um homônimo. Será que se eu fizer uma busca de passaporte no ano de 1879, eu poderia achar um outro Antonio Emilio? Vou tentar!

    Vou fazer esse pedido e fazer as buscas nos arquivos de Chaves, pq na aldeia do pai, Beça, com certeza ele não nasceu.

    Mas esses documentos dele como padrinho junto com o casamento e declaração de batismo vão ajudar, caso não ache o.registro dele, como provas da sua existência em um provável processo judicial.

  • @Dieila pode me ajudar?

    Estou agora começando a procurar nos registros de Chaves, mas até agora no Famliy só achei a partir de 1860. Procurei nas regiões atuais com limites com Montalegre. Onde poderão estar os registros de Cervos deste período ?

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