Família Palhares Nogueira Falcão
Boa tarde a todos,
Estou a algum tempo buscando informações sobre o meu bisavô portugues. O nome dele é Ernesto Palhares Nogueira Falcão. Já achei uma gama de documentos dele aqui no Brasil (certidão de casamento, certidões de nascimento dos filhos, certidão de óbito), porém não acho pistas sobre o assento de batismo dele. As histórias que eu ouvia era que ele era de Arcos de Valdevez, a freguesia não sei ao certo
Não consigo encontrar informações coerentes sobre o meu trisavô e trisavó (Manuel Palhares Nogueira Falcão e Elisa da Conceição Palhares).
Parece que o Ernesto veio ainda muito jovem com a mãe Elisa e o padrasto (Manuel Joaquim Lopes Pimenta) para o Brasil. Mas não sei ao certo o ano (acho que deve ter sido algo entre 1898 e 1905), e nem se na época o meu trisavô Manoel Palhares ainda era vivo.
Se alguém tiver mais informações ou algum parente em comum será de grande valia para minha pesquisa.
Atenciosamente.
Thiago Palhares
Comentários
@thiagopolari
Você deu sorte que o processo de habilitação de casamento de Ernesto e Maria Jose Campelo Nogueira no Rio de janeiro em 1912 caiu justamente num dos poucos períodos onde isso foi enviado para o Arquivo Nacional.
A habilitação de casamento é onde os noivos apresentam documentos provando quem são, para poder casar. Muitas vezes tem detalhes sobre onde e quando nasceram; às vezes dá azar e tudo foi feito apenas na base de declarações com corroboração de testemunhas. Só vendo a habilitação.
Entre em contato com o AN e peça cópia dessa habilitação:
Contratantes: Ernesto Palhares Nogueira Falcão e Maria José Campelo Nogueira
Pretoria Cível do Rio de Janeiro, 6 (Freguesia de São Cristóvão e Engenho Novo) - ZX
Ano: 1912
Número: 3.996
Maço: 2901
Gal: A
Muitas vezes, o material ainda não foi digitalizado, eles vão criar um PDF e te mandar isso. Leva um tempo; mas é grátis e eles sempre respondem. Se puder ir pessoalmente no AN no Rio fazer o pedido, acho que acelera.
Caso contrário, faça remotamente; aí leva uns meses:
https://consulta.an.gov.br/
Vi vários registros de pessoas com esse sobrenome, inclusive umas que vieram para o BR e realmente eram de Arcos de Valdevez. Algumas eram da freguesia de Vale e outras de Oliveira.
@CarlosASP @thiagopolari
só um pequeno ajusta na resposta do @CarlosASP : nem sempre o serviço do Arquivo Nacional é grátis. Às vezes é preciso pagar uma pequena taxa. Ano passado eu solicitei o prontuário de registro de estrangeiro de uma pessoa da família, custou 11 reais. Bem, é "quase" grátis.
@eduardo_augusto @CarlosASP realmente não há um padrão, alguns pedidos que fiz atenderam gratuitamente e outros cobraram uma pequena taxa (cerca de 1 real por página) o que é bastante módico. Não entendi qual o critério para cobrar ou não, mas de todo modo tem essa questão e é preciso acompanhar o pedido pois quando mandam a cobrança assinalam um prazo (se não me engano 30 dias) para pagar e enviar o comprovante. Se não pagar/enviar no prazo o pedido é cancelado. O pagamento é feito por GRU e só recebe no Banco do Brasil, se não tiver conta lá aí complica um pouco…
@CarlosASP e @eduardo_augusto
Muito obrigado pelas informações!! Já tenho mais um foco para minha pesquisa!
Se eu tiver novidades aviso aqui.
Estou procurando manualmente arquivos de expedição de passaporte dos trisavós e também procurando manualmente nos assentos de batismo de Arcos de Valdevez, porém é uma tarefa hérculea!
Agradeço.
@thiagopolari
Vi que o Ernesto tem um irmão, ou meio irmão, chamado Rodolfo. A habilitação do casamento dele também está no AN. Eu pediria essa também para ver se aparece algo mais sobre a família:
Contratantes: Rodolfo Alberto Pimenta e Esperança Basilio Jordao
Pretoria Cível do Rio de Janeiro, 2 (Freguesia de Sacramento) - Z8 (antigo código MZ)
Ano: 1918
Número: 1.541
Maço: 119
Gal: A
@eduardo_augusto @AlanNogueira Obrigado pela atualização dos procedimentos do AN. Eu nunca tive que pagar nada, mas essas coisas mudam e é bom saber que pode existir esse prazo para o pagamento.
@CarlosASP, @eduardo_augusto e @AlanNogueira
Muito obrigado pelas informações.
Fiz as duas solicitações, agora é aguardar e torcer para que venham com novidades.
Prezados,
Estou a suspeitar que meu bisavô foi um "exposto", agora vou ter que pesquisar e tentar provar que o assento que encontrei é dele. Algém sabe de algum caminho quando o assentamento é de expostos (criança abandonada onde não aparece a filiação no registro). Achei o assentamento dele e do meio irmão, no do meio irmão a mãe registrou, já o Ernesto, ao que tudo indica restabeleceu os laços depois com a mãe, porém no assentamento dele não consta o nome de Elisa.
O irmão, Rodolfo Alberto Pinheiro: https://digitarq.advct.arquivos.pt/viewer?id=1065895 7 e 8.tif. O "Alberto", que não aparece sempre nos documentos, deve-se ao nome do padrinho.
Bisavô, foi batizado com o nome de Ernesto Cândido (https://digitarq.advct.arquivos.pt/viewer?id=1065893 118.tif) e, por alguma razão, ele deixou "cair" o Cândido, passando a usar somente um nome próprio.
Infelizmente, apesar de eu ter fortes indícios de que se trata dele, o mais difícil vai ser prová-lo, uma vez que ele foi exposto. A mãe, não terá querido ou podido assumi-lo no ato do batismo, ao contrário do que aconteceu com o Rodolfo.
@thiagopolari
Sendo esse o Ernesto correto (acho boa a chance de ser), em geral há duas razões que explicam constar o nome de um pai (ausente nos batismos em PT) nos documentos aqui no BR.
Uma é ter havido a legitimação posterior de alguma forma. A mais simples (e mais fácil de achar) é quando há um casamento subsequente e, nesse casamento, os pais declaram reconhecer os filhos havidos antes do casamento. Às vezes se voltava no batismo original e se averbava esse fato (nem sempre). Outra forma é o ascendente ter ido declarar isso perante as autoridades na época. Em algumas freguesias (bem poucas) se acha online esses livros de "reconhecimentos e legitimações". Um problema é saber a data, pois pode ter ocorrido a qualquer momento.
Outra, comum aqui no BR, era a pessoa simplesmente passar a declarar o(s) nome(s) de seu(s) pais em documentos subsequentes (por exemplo, no seu casamento, no nascimento de seus próprios filhos etc) - mesmo que isso não correspondesse formalmente ao que consta nos documentos PT. Como dito antes, quando falei sobre habilitação de casamento, era possível a pessoa declarar isso ou aquilo, levar duas testemunhas e - pronto, esses dados entravam nos documentos e se propagam nos posteriores.
Se der sorte, as habilitações de casamento de Ernesto e Rodolfo talvez tragam alguma luz.
Talvez tenha passado o seguinte:
Elisa teve dois relacionamentos, sem nunca ter casado e, em cada um deles, teve, ao menos, um filho (Ernesto no primeiro e Rodolfo no segundo). Até agora não apareceu nada que mostrasse um casamento com algum dos pais.
Possivelmente essa (ao fim do texto) é a árvore do padrasto Manuel Joaquim Lopes Pimenta. Há um paralelo interessante aqui. Esse Manoel Joaquim teve duas filhas antes de casar com Rosa: Zulmira e Georgina.
Zulmira foi inicialmente batizada como exposta, enquanto Georgina foi batizada como filha natural - apenas da mãe, sem nome do pai. Ambas foram legitimadas explicitamente quando os pais se casaram depois. Pode ver os anexos para cada uma delas (batismos, casamentos etc).
Parece replicar possivelmente a história de Ernesto (batizado como exposto) e Rodolpho (batizado como filho de pai incógnito). A diferença é que eles são possivelmente filhos de pais diferentes.
Nessa árvore abaixo, vai notar que esse Manoel Joaquim teve (com Rosa) um filho de nome Rodolfo, nascido e falecido em 1891. Era comum na época as pessoas batizarem depois um outro filho com o mesmo nome, Não há como provar que é o mesmo Manoel Joaquim; são só indícios.
https://www.familysearch.org/tree/person/details/G1K6-TT9
Nesse cartão de estrangeiros tem o que parece ser o RNE do Rodolfo (a não ser que seja homônimo).
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3QS7-L9F5-YJ49?cc=2140223&i=190
Você pode tentar obter no AN o prontuário dele:
https://consulta.an.gov.br/orientacaoDesembarque/3