Troca de sobrenome
Sou neto de português e solicitei a nacionalidade portuguesa.
Na certidão de nascimento do meu avô (1880) consta a sua paternidade completa (pai e mãe com nome e sobrenome), mas o seu próprio nome, “Arnaldo“ não tem o sobrenome.
A certidão que apresentei foi aceita, mas o processo caiu em exigência.
Estão solicitando esclarecimento sobre o sobrenome TORRES.
Ele é filho de Segisnando Pereira da Silva COVAS, mas no Brasil adotou sobrenome TORRES. Na família ninguém sabe o motivo da troca.
Não temos nenhum documento nesse sentido.
Não sei como prestar esse esclarecimento.
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Comentários
Acredito que precisamos de mais dados para responder a sua dúvida.
No assento de batismo de seu avô, consta somente o primeiro nome, o que era muito comum na época. Depois o sobrenome Torres aparece onde? No casamento dele? casou em Portugal ou no Brasil? Na certidão do filho do português, como está? Esse sobrenome aparece em outras pessoas que constam do registro (bisavós, trisavós, padrinhos)?
Pode ser caso de efetuar retificação, pode ser caso de fixar o nome utilizado na vida adulta.
Poste aqui o texto da exigência feita pela conservatória e mais dados pra gente avaliar melhor.
@josecelsotorres
Em geral há duas razões para discrepâncias nos sobrenomes; uma com origem ainda em PT e outra acontece mais frequentemente após a mudança para o BR.
Mesmo em PT, os diversos documentos que citam uma mesma pessoa podem ter combinações diferentes de sobrenomes. Eles apareciam, desapareciam e reapareciam. Nesses casos, quando se acha o sobrenome em questão em algum antepassado na linha direta, fica mais fácil justificar. Por exemplo, um avô ou bisavó que tivesse o Torres etc.
Seguindo essa linha, tentei achar isso. Imagino esse ser o batismo do seu Arnaldo em 1880. Ver tif 011:
https://digitarq.advrl.arquivos.pt/viewer?id=1040013
Aqui o pai aparece apenas como "Segisnando Pereira da Silva" (sem o Covas). Mas, por o nome do avô paterno ser Angelo Victor Covas, imagino que o conservador se deu por satisfeito de onde surgiu Covas. Mas não há Torres em lugar nenhum. Os padrinhos são os mesmos avós, então nada de Torres.
No casamento de Segisnando e Maria Rosa, também não. Note que ele se casou apenas como "Segisnando Pereira". Tif 003:
https://digitarq.advrl.arquivos.pt/viewer?id=1076669
No batismo do próprio Segisnando (ou Sezisnando), também não há ninguém com Torres. Tif 048:
https://digitarq.advrl.arquivos.pt/viewer?id=1076722
Segisnando ficou viúvo e se casou de novo em Peso da Régua. O casamento só menciona a esposa falecida; ele se casou como "Segisnando Pereira da Silva". Tif 021
https://digitarq.advrl.arquivos.pt/viewer?id=1288111
No Family Search tem o batismo de 4 filhos desse segundo casamento (Antonio, Judith, Moyses, Maria Thereza). Nada de Torres.
A segunda razão é, por algum motivo, o PT ter "inventado" esse sobrenome já no BR. Na minha família tem um desses. O pai do PT de quem puxamos a nacionalidade tinha homônimos aqui no BR e ele acrescentou o sobrenome de seu genro e sócio. Felizmente não impactou muito a minha cadeia familiar (pois esse sobrenome inventado não foi adotado por mais ninguém aqui no BR) e o processo não caiu em exigência. Imagino que o conservador no nosso caso se deu por satisfeito que o "conjunto de dados" provava ser a mesma pessoa. Mas cada conservador é diferente na sua interpretação.
No seu caso, impacta. Se não descobrir de onde vem isso, pode tentar argumentar com o conservador que o conjunto de dados, com nomes muito específicos, como Segisnando e sua ascendência, comprovam se tratar da mesma pessoa. A força desse argumento vai depender do que consta nos documentos posteriores dos filhos, netos etc, como o colega da resposta anterior questionou.
O conservador pode ou não aceitar isso, E/ou pode pedir que se retifiquem documentos BR suprimindo o Torres. Nesses casos, algumas pessoas argumentam que o tal sobrenome já foi incorporado às diversas gerações da família e a supressão causaria muitos problemas. Novamente, o conservador pode ou não aceitar, Mas uma coisa de cada vez.