Não encontro o registro de batismo do meu Bisavô
Olá, pessoal. Depois de dias incansáveis de busca, venho recorrer à experiência dos experts para conseguir uma luz para obter um registro de nascimento do meu bisavô:
Nome: Manoel Jose Barbeitos
Nascimento: Entre 1856 e 1860
Pai: Manoel Jose Barbeitos
Mãe: Cândida de Jesus Martins de Castro
Irmãos: Secundino Barbeitos, Maria Barbeitos e Adelina Barbeitos
Local: Cabo, Barbeita, Monção, Viana do Castelo.
No familysearch encontrei a certidão de casamento dele: https://www.familysearch.org/tree/person/details/99TG-R62
A partir desses dados iniciei a busca nos registros da Paróquia de Barbeita, Viana do Castelo.
Neste link (https://digitarq.advct.arquivos.pt/viewer?id=1099179), encontrei o registro de batismo de três irmãos dele: Secundino (1951), Maria (1953) e Adelina (1955), mas não encontrei o dele.
A certidão de casamento diz que ele tinha 37 anos em 1897, o que pode indicar que ele tenha nascido entre 1859 e 1860.
O inventário de menores em virtude da morte do Pai dele (https://digitarq.advct.arquivos.pt/details?id=1094492) indica que ele tinha 4 anos à data do documento em 1860. O que poderia indicar um nascimento entre 1856/1857.
Já o inventário de menores da avó dele (https://digitarq.advct.arquivos.pt/details?id=1095024) de 1884 indica que ele teria 25 anos, o que nos retorna ao provável período de nascimento em 1859/1860.
Até o momento não consegui encontrar registro de passaporte ou de listagem de navio. Já procurei os registros de batismo de 1850 a 1870 na Paróquia de Barbeita e NADA. Procurei também em Paróquias próximas de Bela e Ceivães, mas também sem sucesso.
ALGUÉM TERIA ALGUMA IDEIA DE ONDE MAIS EU PODERIA PROCURAR?
Obrigado.
Comentários
@ALCordeiro
Dois caminhos a tentar:
Pedir uma cópia (algo digital tipo PDF, é mais barato e rápido) do inventário do pai. Ali deve ter o óbito do pai - a descrição no link que passou não deixa claro exatamente onde e quando foi.
Se tiver ocorrido em outro lugar, daria uma pista de onde a família possa ter passado.
A data do óbito do pai também ajuda a delimitar quando Manoel nasceu. Também serve para verificar se o filho tinha realmente 4 anos em 1860, ou se foi um erro na transcrição do texto (esses erros acontecem).
Na árvore no FS, alguém colocou essa observação sobre o nascimento de Manoel:
Tras Os Montes,Leiria,Portugal - retirado do registro de casamento, mas toda a familia dele veio de Vianna do Castelo, Diocese de Braga.
Tem esse casamento para ver exatamente o que diz? Pois no casamento civil no FS diz apenas "Portugal".
Oi, @Carlos
Pedi o inventário que diz que o pai dele morreu em Luanda, Angola, em 1860.
O inventário diz que os três filhos viviam com a mãe em Cabo, Barbeita, Monção, Viana do Castelo.
A transcrição está correta, porém, há um desvio de 2 anos de idade da idade das irmãs que teriam (7 e 5 anos) e consta 9 e 7 anos. Com base nisso é provável que ele tenha nascido entre 1857 e 1858 e teria 2 anos em vez de 4 anos.
Na consulta do arquivo digital da Paróquia de Barbeita, o ultimo registro de baptismo de 1857 é de setembro e depois já começam registros de 1858. Será que dei azar de meu bisavô ter nascido nesse três meses de lacuna? =(
@ALCordeiro
Estava na esperança que o pai pudesse ter falecido em alguma paróquia próxima, dando uma dica que a família toda pudesse ter vivido lá (e Manoel ter sido batizado). Mas Angola parece bem menos provável (e não seria tão fácil procurar).
Acho que vai ser daqueles casos onde vai ter que ir olhando paróquia por paróquia, tentando adivinhar aonde a mãe estava quando Manoel nasceu (talvez o pai estivesse em Angola já). Ou ela ter ido para outro lugar e batizado o filho lá, por alguma razão. Tive um caso assim na família e montei uma planilha de excel com as paróquias e que anos nelas olhei.
https://geneall.net/pt/mapa/251/moncao/
Além das vizinhas, umas das suspeitas são sempre a paróquia onde a mãe nasceu e onde se casaram, pois indica que ela poderia ainda ter família lá. No caso, é a mesma: Riba de Mouro, concelho de Monção, distrito de Viana do Castelo (no "lugar", subdivisão da freguesia, de Linhares).
Casamento dos pais. TIF 299:
https://digitarq.advct.arquivos.pt/viewer?id=1099743
Batismo da mãe. TIF 057:
https://digitarq.advct.arquivos.pt/viewer?id=1099734
Como há essa divergência de anos, sempre começaria olhando 1856-1860. Acho improvável ser um caso de batismo muito tardio, já que o filho consta no inventário do pai em 1860.
Você leu todo o inventário e não achou nenhuma pista a mais perdida no meio dele? Algo onde o pai possa ter trabalhado, quando foi para Angola, qualquer coisa que forneça alguma data e local.
O que eu acho que não apareceu ainda foi um possível casamento religioso de Manoel e Almerinda. Muitos desses casamentos religiosos no Rio de Janeiro indicam a freguesia de batismo dos noivos.
Oi, @CarlosASP
Então, o fator preocupante constante do Inventário é que o pai dele morreu em Angola usando outro nome: "Constantino Barreiros".
O que me leva à suspeita de que ele poderia estar fugindo de algo (existiam algumas dívidas no inventário).
E, se estivesse fugindo, poderia não ter feito o registro do filho na época? Existia algum prejuízo na época para a pessoa não ter esse assento de batismo? Na Paróquia de Barbeita encontrei muitos registros tardios de 20, 30 anos de diferença. Olhei até 1891, mas infelizmente não estava lá o do Manoel.
Vou começar essa busca pelas outras freguesias. Já havia feito em Bela e em Ceivães que são bem próximas. Vou continuar.
Fiz a busca em Riba do Mouro também. A caligrafia estava ótima, porém, não havia o registro do Manoel entre 1855 e 1864. Vou fazer um pouco a cada dia das demais.
Vou ver se consigo contato com a pessoa que inseriu as primeiras informações no family search. Talvez haja alguma pista adicional.
Obrigado pela ajuda.
@ALCordeiro
Sobre o Constantino Barreiros: não descartaria que, em algum documento, possa se ter transcrito errado "Barbeitos". Há outros casos, por diversas razões, que as pessoas eram conhecidas por mais de um nome. Eram outros tempos, a ideia de nomes "imutáveis" não existia realmente. Mas é uma boa pista para ficar alerta se aparecer algo com esse nome.
Eu havia comentado antes sobre um batismo muito tardio. A minha desconfiança de que não aconteceu é a presença de Manoel (filho) já no inventário do pai. Para uma criança, o único registro de sua existência seria justamente o batismo. Mas é só um palpite. Coisas pouco comuns aconteciam também.
A igreja não tinha interesse em dificultar o batismo, justamente o contrário, pois a preocupação maior era a criança morrer "pagã" (a mortalidade infantil era muito grande na época). Se vê "batismos de emergência" feitos por parteiras e outros para evitar isso, A igreja batizava filhos naturais, ilegítimos etc. O que mudava era a forma como os pais eram citados (ou omitidos) para se adequar à moral da época,
Tem uma base de dados, CEPESE, que listou muitos (não todos) passaportes emitidos em PT. Tem dois que são interessantes. O primeiro é claramente um homônimo pela filiação, mas o segundo pode ser relacionado à família:
ID / Nome / Naturalidade / Concelho / Pai / Mãe / Profissão / Idade / Destino /Estado Cívil
435209 / Manuel José Barbeitos / Monção / Porto / Celestino José Barbeitos / Rosa Rodrigues / Lavrador / 23 / Rio de Janeiro / Solteiro
452233 / Manuel José Barbeito / Monção / Monção / Sem indicação / Sem indicação / Sem indicação / 14 / Rio de Janeiro / Solteiro
O conteúdo do passaporte pode ou não trazer algo que ajude na busca.
Tem 2 caminhos a escolher.
Um é pagar para o CEPESE te dizer o número, data de emissão etc. Com isso, depois se acha rapidamente o passaporte:
https://www.remessas.cepese.pt/remessas/mod/itsdatabase/view.php?id=10
O outro é buscar no braço no link abaixo, folheando tudo. Por exemplo, supondo que o segundo Manoel acima seja da família, somar 14 anos ao seu ano de nascimento e ir olhando todos os passaportes que se encaixam nisso:
https://digitarq.advct.arquivos.pt/details?id=1051083
Isso tudo pode dar em nada, pois esse segundo Manoel pode acabar sendo outro homônimo, ou até mesmo o primeiro em uma viagem anterior.