Onde encontrar.

Prezados,

Victorino Ferreira, filho de João Ferreira e Matilde de Jesus, imigrou para o Brasil com 18/22 anos de idade dos Açores. Viveu e morreu em Sumidouro-RJ no ano de 1920 com 81 anos segundo o óbito. Pelas contas nasceu em 1839, podendo variar para 1938. Em Açores havia várias paroquias onde era realizado o batismo. Já olhei vários livros sem sucesso. Alguém pode orientar-me na melhor solução para obter o batismo? No caso minha sogra é neta dele. Conta com 84 anos. O pai dela nasceu no Brasil, tendo sido devidamente registrado por seu pai no RCPN. Desde já agradeço a atenção de todos.

Comentários

  • andrelasandrelas Beta
    editado October 2022

    @evandroqueiroz , minhas informações não são muito animadoras, mas são sinceras. :-)

    De todos os documentos que podemos encontrar, as certidões de óbito são as menos confiáveis porque as informações são dadas por terceiros (claro), que muitas vezes não sabem as informações verdadeiras e chutam qualquer coisa. A idade é a vítima preferida destes "chutes", especialmente em se tratando de imigrantes no passado (uma vez que os documentos originais não existiam aqui e, às vezes, o próprio imigrante não sabia sua idade, o que era MUITO comum no século 19 e início do século 20, especialmente em familias menos abastadas). Mesmo os nomes dos pais, esposa, etc, podem estar errados.

    Outra dificuldade que você encontrará é que os documentos dos Açores não estão, em sua maioria, indexados (ou seja, uma busca no Familysearch não os encontraria) e estão, também em sua maioria, em estado não ideal (tinta transpassada, clara demais, caligrafia terrível, etc). Sei disso porque tenho uma trisavó e seus pais (pesquiso minha genealogia) nos Açores e ainda não tive paciência de avançar muito por causa disso.

    Sem localizar no mínimo em qual das Ilhas e, de preferência, ao menos em que Concelho ele nasceu, seu trabalho será hercúleo, pois você não tem certeza do ano (não se prenda em 1838/1839, como explicado), os livros não são simples de ler, são dezenas de freguesias espalhadas por vários concelhos em várias ilhas, etc.

    O que eu posso sugerir:

    1) Solicitar uma pesquisa no Arquivo Nacional. Eles pedem no mínimo o nome da pessoa e dos pais (você tem) ou, alternativamente, o nome da pessoa e a data de nascimento. Caso eles encontrem algo. PODE SER que haja mais informações (exatamente onde ele nasceu, ou pelo menos em que ilha; data de nascimento um pouco mais certa (também não confie cegamente, como disse às vezes nem as pessoas sabiam seu nascimento), etc:

    https://www.gov.br/arquivonacional/pt-br/servicos/atendimento/atendimento-1

    O serviço deles é (apesar das verbas sempre curtas) EXEMPLAR. Encontrei MUITA coisa lá, inclusive o passaporte português de meu avô que, depois de ANOS de pesquisa, me indicou em que freguesia ele havia nascido e me permitiu conseguir a cidadania portuguesa. Em caso de dúvidas, ligue para lá. Não vou lá desde antes da pandemia mas, caso você não more no Rio, eu ACHO que agora eles fazem pesquisa com solicitação virtual.

    2) Tentar encontrar algum outro documento (nascimento de filhos, irmãos, etc) que ajude a limitar sua pesquisa a uma região menor. COmo ele morou no estado do Rio, há muitos documentos disponíveis online (infelizmente isso não é verdade para todos os estados). às vezes, no nascimento de um filho ou no casamento da pessoa, você encontra informações que podem ser importantes. O mesmo vale para irmãos dele, pois há (santos) escrivãos que colocam informações que outros não colocam. Novamente, descobri de onde na Itália minha bisavó veio porque um destes santos (o ÚNICO) colocou a CIDADE onde ela nasceu no nascimento de um dos filhos, em vez de somente "Itália".

    Não desista, e boa sorte!

  • Agradecido pela orientação. Salvo engano entre 1832 a 1873 o arquivo nacional não tem nada de imigração. Sei bem como é a vida de cartorário. Realmente, para a época, devemos nos contentar encontrar o registro, mesmo sabendo que as informações eram prestadas por terceiros. No entanto, tinha uma informação da família de que ele teria morrido novo. Entretanto, descobri o óbito devido a um Santo e dois milagres. No primeiro o casamento do filho constou que o pai estava vivo; no segundo, o casamento mencionou que o pai estava falecido. Aí foi fácil.Compreendo a distorção da realidade daquele que não é da família e que vai prestar a declaração de óbito. Hodiernamente o correto é o membro da família declarar. E, sugiro, a todos, que faça constar o nome completo de todos os filhos. De forma que conste no assento e se perpetue. Vivo em MG e RJ. Estive no AN dia 06/10/2022, é um lugar muito bom para se pesquisar. Primeiro compareça e lhe orientarão. Dentro de 07 dias vão marcar seu retorno para analisar uns documentos. Tirei umas fotos referente aos navios e cobrança pelo transporte de portugueses de Madeira e S. Miguel para o Rio de Janeiro, por meio de navio à vapor. Para mim ler não é nem o problema, mas a dificuldade que em cada esquina há uma igreja.Realmente é uma pesquisa Herculana. Para minha sorte, em parte, a informação não está muito distorcida. Ele veio na época da escravidão, os escravos no porão e ele no convés. Veio com 18/22 anos, e se admitirmos como verdadeira a informação do óbito, pois não acredito que uma pessoa vai errar a idade de uma pessoa de 85 anos para 25 ou 35 anos. Pelo contexto, apura-se que o óbito goza de parcial verossimilhança, pois viajar em naus e navio negreiro coloca-o dentro do contesto, pois o próximo fato histórico é o navio à vapor. Devemos ser investigadores, treinados em paleografia, historiadores, matemáticos, interpretativos...

    Eu tenho dois problemas, o do Victorino é da minha mulher, o do pai do avô de minha mãe tenho que encontrar em Sé de Braga, o nome dele é Manoel José Soares, filho de Jeronimo Soares e Maria Joaquina. Sei apenas que casou no Rio de Janeiro em 23/09/1872. Este eu não sei nem quando veio, para melhorar a situação.

    Mais uma vez agradecido pela explanação.

    Precisando à sua disposição.

    Abraços a todos

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