Preciso mesmo provar o casamento dos portugueses ?!

Olá pessoal,

Sou neto de portugueses, nascidos em Aveiro na década de 1880 e que foram para o Brasil em 1912, onde nasceu meu pai.

Contratei uma empresa para realizar meu processo e os entreguei os documentos solicitados onde mostra que sou filho do meu pai e o mesmo filho dos meus avós portugueses. Entreguei também os assentos de batismo dos meus avós, contudo nos assentos não consta que eles se casaram em Portugal e na certidão de nascimento do meu pai consta que eles são "portugueses, casados".

Ai começa o problema. A empresa que contratei (e outras fontes também) diz que por existir essa citação de casados na certidão de nascimento do meu pai, precisaremos transcrever para Portugal o casamento deles no Brasil, mas não encontrei em nenhum cartório no RJ qualquer certidão de casamento deles. Também não encontrei nada online, nos diversos sites disponíveis para tal.

Além do meu pai, meu avós tiveram mais 4 filhas e em 3 do total das certidões de nascimento existe citação de "casados em Portugal".

Eu penso que, naquela época (em torno de 1918) não deviam exigir nenhuma comprovação se são os não casados para registrar um nascimento no RJ, então essas citações podem ser apenas verbal.

E se eu estiver certo, se eles nunca casaram oficialmente no Brasil e apenas se apresentavam como casados? Juntando isso ao fato de não ter no assento de batismo deles uma averbação de casamento, logo isso invalidaria o fato do meu pai ser filho de portugueses?! Para mim isso não faz nenhum sentido!

Eu não consigo acreditar que o fato de não provar que eles eram casados invalida um filho, que se prova por A+B com as demais certidões.

Inclusive, não encontro na decreto de atribuição de nacionalidade para netos nada sobre provar o casamento dos portugueses.

Alguém tem alguma ideia do que possa ser feito nesse caso ou já passou por algo parecido?

Muito obrigado e desculpem o longo texto, que está até resumido :)

Comentários

  • @rdgnog, você tentou buscar o casamento dos avós?

    A CRCentrais exige a transcrição do casamento, quando os cônjuges são portugueses e casaram no exterior.

    Coloque os dados, talvez alguém consiga encontrar o casamento deles.

  • editado August 2022

    Pois é, entendo @Leticialele, mas não consta isso no decreto. Isso é não claro e sinceramente acho uma exigência sem sentido....mas enfim, não importa o que eu acho, rss..

    Sim, no Brasil eu procurei muito e como eu disse antes, e se eles nunca casaram oficialmente?! É possível provar com uma negativa da busca?!

    Uma outra possibilidade que imaginei foi terem casado em Portugal em outra cidade, talvez Porto, que é próximo a Aveiro e por um motivo qualquer não terem atualizado o assento deles, que inclusive é de Castelo de Paiva, que embora em Aveiro, fica na divisa com Porto. O difícil é que, se essa hipótese for verdadeira, não faço ideia do lugar que casaram nem do ano exato e não encontrei uma forma razoável de buscar isso online. Se tiver uma pista de como fazer agradeço muito...

    Um outro fato, entrando em mais detalhes das coisas é que, segundo minhas pesquisas, meu avô que nasceu em 1886, tirou passaporte em 1908 (como solteiro) e chegou no RJ através de um navio em outubro de 1912. Encontrei tudo isso online, mas minha avó, que nasceu em 1887, não aparece na lista do navio que ele foi pro RJ e não a encontrei em nenhuma outra lista.

    Encontrei no FamilySearch o casamento da primeira filha deles, em 1936, no RJ e lá cita que ela é portuguesa nascida em 1913, ou seja, se essa linha estiver correta, meu avô foi pro RJ em 1912 e minha avó ficou grávida em Portugal da primeira filha deles, que nasceu em abril de 1913. Dai as duas foram pro RJ depois....não sei quando.

    Tenho então um range de datas que, se casaram em Portugal, foi entre 1908 e 1912. É um possível caminho, sem nenhuma certeza.

    Outra ideia é procurar o nascimento da primeira filha deles, em abril de 1913 e ver se lá tem alguma pista, mas pelo https://www.civilonline.mj.pt/ quando preencho o formulário diz que o registro precisa ter menos de 100 anos. Existe outro local para procurar? Vale a pena essa busca?!

    Pra concluir, pelo FamilySearch e os livros online, encontrei tudo, sobre meus avós e seus antepassados inclusive. Tenho uma arvore genealógica imensa, bem detalhada, com documentos muito antigos e que foram super fáceis de encontrar, mas sem o documento chave que falta nisso tudo: a tal da certidão de casamento.

    Enfim, vou deixar aqui os dados como sugeriu, pra caso alguém consiga. Caso contrário é uma pena ter 99% em mãos e o 1% ter um peso maior.

    Portugueses (anexo):

    • Abílio Vieira de Souza: 12-03-1886
    • Lucinda de Almeida: 30-07-1887


    É isso, muitas perguntas e eu só queria a resposta chave! rrss..

    Muito obrigado mais uma vez :)

  • editado August 2022

    @rdgnog

    A parte do nascimento de 1913 é um bug conhecido do civilonline, inclusive por eles mesmos

    No pedido em si, coloque uma data com menos de 100 anos.

    Em Informações Adicionais coloque a data (ano) certo. Eles vão olhar e procurar em 1913. Todo mundo faz assim e funciona.

    No passaporte de Lucinda em 1917 ela consta como casada. Para emitir passaporte não era só de boca; algum documento ela mostrou que já era casada em 1917, ver TIF 514:

    https://digitarq.adavr.arquivos.pt/viewer?id=1314191

    Se ela nunca veio ao BR antes, então casou em PT ainda.

    Como ali menciona Raiva, eu pediria no civilonline o casamento deles; colocaria uma data qualquer e como freguesia Raiva. Acho que com isso são capazes de achar, tendo o nome deles, a filiação e a freguesia de onde são. Mencionaria que é anterior a março de 1917 (data da emissão do passaporte de Lucinda)

    O passaporte menciona que traz a filha Luiza de 3 anos.

    Abilio deve ter outro passaporte, pois eles só valiam por uns 6 meses. Com o de 1908 ele não deve ter viajado em 1912.

    Pode olhar a emissão a partir de uma data umas 2 semanas antes da chegada no Brasil, folheando o livro.

  • editado August 2022

    @rdgnog

    No passaporte de Lucinda notei que tinha um sobrenome para seu pai Antonio Francisco, É Pejão. O sobrenome aparece com muitas variações em documentos diferentes ou em suas transcrições/indexações (Pijão, Pizão, Tejão, Feijão etc). Mas olhando o conjunto todo parece que Pejão seria o "certo",

    Com essa informação, apareceram 2 irmãos de Lucinda que também imigraram para o BR. Achei interessante ressaltar a irmã Maria Vieira d'Almeida (homônima da mãe), pois ela também casou ainda em PT antes de emigrar. Esse fato vem citado explicitamente nas certidões de nascimentos de alguns filhos. Veio para o Brasil em 1920, segundo a ficha de imigração, no Aurigny.

    Para o irmão Anastacio Francisco Pejão/Tejão, só apareceu o passaporte emitido para ir ao Brasil em 1913. Nada, por enquanto, sobre ele no Brasil

    Aqui está a árvore com vários dos irmãos de Lucinda, inclusive os que ficaram em PT. Com isso, você pode anexar à árvore que já tinha para preencher as informações da família de Lucinda. Só cuidado para não apagar as informações sobre os pais de Lucinda nessa árvore, pois são mais completas que na sua, Para evitar isso, na unificação, preserve esse Antonio e Maria ao invés dos que estão na sua árvore:

    https://www.familysearch.org/tree/person/details/GFCV-P2C

  • Bom dia @CarlosASP !

    Antes de mais nada, muito obrigado pelas informações. Me deu um novo ânimo nas buscas!

    Farei o que sugeriu no CivilOnline, quanto ao casamento de Lucinda e Abílio, que é de fato o que preciso.

    Com essa informação do passaporte da Lucinda, em 1917, consegui encontrar a chegada dela no RJ no barco Sequana, em 13/04/1917 com a filha Luiza.

    Procurei o outro passaporte de Abílio no mês de setembro/1912 inteiro e os primeiros dias de outubro, mas sem sucesso ainda. De qualquer forma esse documento seria só pra comprovar que ele estaria casado, diferente do primeiro passaporte, então deixo isso em standby.

    Sobre a árvore do FamilySearch, sensacional essa que me enviou. Realmente está bem completa e irei anexar a minha, que tem muita mais info da parte do Abílio e mesmo assim muita coisa que deixei pra preencher depois, pois o foco é achar o casamento deles.

    Se não me falha a memória, no nascimento de Aurora no RJ, filha de Abilio/Lucinda, tem citação de Antonio Francisco PIJÂO, mas é mesmo como você falou, existiam muitas variações, como da própria Lucinda com "Viani D' Almeida" no passaporte.

    Quando tiver novidades posto aqui!

    Mais uma vez, muito obrigado =D

  • VMSVMS Member
    editado August 2022

    @Leticialele

    Leticia o avô de meu colega é Portugues e a sua certidão de batismo foi encontrada e a certidão de casamento no Brasil também foi encontrada. O cartório onde foi feito o casamento não guardou nenhum documento pois foi em 1927.

    Meu colega não encontra a certidão de nascimento brasileira, nem a de batismo de sua avò brasileira.

    O pai de meu colega já é falecido. Mas foi o avô português que fez o registro antes de 01 ano.

    A CRC centrais exige obrigatóriamente a transcrição de casamento dos avòs????

  • @VMS , se a avó era brasileira e o avô foi o declarante do nascimento do filho antes de 1 ano de idade, não precisa transcrever o casamento.

  • Bom dia @CarlosASP

    Só pra registro aqui, encontrei a segunda ida do Abílio para o Brasil.

    Eu estava procurando na lista de emissão de passaportes, por uma possível nova emissão mais próximo de 1912, mas na verdade ele usou o mesmo passaporte de 1908, tirado ainda solteiro. Então a lista correta era a emissão dos vistos:

    O visto foi tirado em 02/09/1912, como consta no tif 183 do link acima, no registro de n. 1940, onde posso confirmar pelo livro 30 e passaporte n. 557, tirado em 1908

    Há uma coluna que cita ser o 2º embarque e que era CASADO.

    Enfim, de fato esse casamento deve ter ocorrido entre 1911, após o decreto, pois não está nos arquivos públicos e setembro de 1912.

    Solicitei ontem no CivilOnline e continuo aguardando...

  • @rdgnog

    Muito boa a sacada!

    Depois que fiz o comentário, fiquei pensando se a coisa dos passaportes só valerem alguns meses já não estivesse em vigor nessa data, que fosse uma coisa mais do século XIX. Esse seu achado confirma isso. Dá para ver 2o, 3o, 4o embarque na listagem.

    Estava desconfiado que o casamento fosse logo depois do fim do registro religioso - o que talvez até explique não estar averbado no batismo. É só uma suposição, mas imagino haver alguma confusão ao passar de um sistema para o outro,

    Mais ainda pela história da família. Encaixa na história ele voltar do Brasil "para casar", deixando a nova esposa grávida antes de partir de novo para Brasil, E, depois de "se estabelecer", trazer a esposa e a filha de 3 anos.

    Eu cheguei a buscar o nome dele na Hemeroteca Digital - na época os jornais frequentemente publicavam listas de passageiros chegando e partindo do porto. Mas só achei referências à morte da filha Teodora no Rio.

    Ontem dia 15/8 foi feriado em PT. provavelmente o civilonline não trabalhou.

    Você recebeu a confirmação do cartão que o pedido foi pago (se seu cartão tem isso ativado)? E chegou a receber o primeiro email do civilonline falando isso também?

    O primeiro email diz isso:

    Notificação de Alteração de Estado

    O pedido Certidão Nascimento n.º xxxxxxx com o(s) interveniente(s).

    • Registado: xxxxx

    Foi actualizado para o estado Pago.


    Depois esse é o email final:

    Notificação de Alteração de Estado

    O pedido Certidão Nascimento n.º xxxxxxxxxxx com o(s) interveniente(s).

    • Registado: xxxxx

    Foi actualizado para o estado Concluido.

    Código de Acesso: xxxx-xxxx-xxxx

  • @CarlosASP

    Bacana que tenha também te ajudado a fechar uma ideia de como funcionava nessa época :)

    É verdade, ontem foi feriado por aqui, eu nem lembrei desse detalhe e fiquei na angústia pelo resultado, rss..

    Recebi o email de Pago sim, mas ainda não o de conclusão:

    -----------------------

    O pedido Certidão Casamento n.º XXXXXX/2022 com o(s) interveniente(s).

    • Registado: Abilio Vieira de Souza

    Foi actualizado para o estado Pago.

    O pedido foi distribuído à conservatória Conservatória do Registo Civil/Predial/Comercial de Castelo Paiva

    -----------------------

    Na expectativa que venha hoje !!!

  • @rdgnog

    Depende também da velocidade da conservatória que tem o registro. mas o civilonline fica em cima; elas não deixam pedido ficar pendente por muitos dias.

    Perguntei pois tem dado muito problema com pagamentos - e no caso do civilonline tem gente que fica na expectativa por vários dias até descobrir que o pagamento nunca aconteceu. Pois leva uns dias até ele cancelaram o pedido por falta de pagamento e só aí a pessoa percebe o que aconteceu.

    Mas tendo recebido o email com "pago", está em andamento,

    Que o próximo já seja com o acesso para a certidão que procura!

  • Bom dia meu caro @CarlosASP !

    Só pra constar, não abandonei o tópico. Apenas ainda não obtive resposta do civilonline, quase 1 mês depois.

    Liguei para lá e informam que está com o pessoal da Conservatória de Castelo de Paiva, que nunca atendem o telefone, e que deve demorar....

    Enfim, sigo na luta, rss..

    Abraço!

  • Enfim, no final deu tudo certo...

    Recebi a resposta da conservatória hoje, com o link para acessar o assento de casamento, que ocorreu em 29/07/1911 no Registro Civil de Castelo de Paiva as 13:00

    O número do assento é 38/2022

    Muito obrigado aos amigos que me deram pistas valiosas e ajudaram demais.

    Agora é dar inicio ao processo de fato....

    Abraços!

  • @rdgnog

    Eu pedi ao @Admin para excluir o número do assento, por ser uma informação privada.

    Nunca se sabe o que alguém com más intenções pode fazer com isso.

    Se precisar informar faça assim xxxx/2022.

    Espero que entenda.

    Abraços

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