COMO ENCONTREI O ASSENTO DE BAPTISMO DO AVÔ PORTUGUES

Iniciei minhas buscas em 2016. Na época só dispunha das informações obtidas na Certidão de Casamento do lusitano com uma brasileira, avôs da minha esposa, quais foram: nome (JOSE GREGORIO), data de nascimento (07/11/1894, e como naturalidade APENAS Portugal).

A partir daí passei a acessar o site do “forum.nacionalidadeportuguesa”. Nele, fórum, uma dica foi gerada, considerando que um indivíduo com o mesmo nome teria imigrado em 1907, com 12 anos de idade, na companhia de Manuel Gregório, declarado como pai, embarcando no Porto de Vigo, Espanha. Estes teriam vindo da Freguesia de Lavacolhaos, distrito de Castelo Branco.

No site do Arquivo Nacional, acessado o Sistema de Informações - SIAN, também constava o desembarque do jovem português, em dezembro de 1907.

Também compulsando os sites: tombo.pt | Registos , Portal Português de Arquivos, NÓS Portugueses:, FamilySearch - Página Inicial, não se encontrava outras informações. Concentrei as buscas nas freguesias do distrito de Castelo Branco, sem sucesso, e, após um tempo veio o desânimo.

Parei de dedicar tempo nas buscas do português e passei a concentrar esforços na localização do registro de nascimento da filha dele, mãe da minha mulher. Também não avançava porque aqui na cidade do Rio de Janeiro são, atualmente, 14 Registros Civis, que antes de 1942 eram chamados de Pretorias. Depois de muito pesquisar, nada sucedeu do trabalho.

A partir do ano passado fiquei mais em stand by, vez por outra olhava os sites indicados acima, incluindo o da cidadania portuguesa, procurando novidades.

Mas há poucos dias algo de maravilhoso aconteceu. O site do FamilySearch foi atualizado com uma informação importante, que antes não constava. Apareceu o registro de nascimento de um irmão da minha sogra, que nasceu dois anos após ela e morreu ainda criança (por isso ninguém da família tinha ouvido falar dele) indicando, inclusive, o Cartório em que foi registrado.

Então, compulsando os livros de nascimentos do referido Cartório, disponibilizados pelo próprio familyseach, cheguei ao registro de nascimento da minha sogra.

A partir de então o impulso as buscas do assento de batismo do português foi renovado, pois era o único documento que faltava.

Retornado as buscas nos sites alhures, descobriu-se, também através do familyseach, uma certidão de óbito de um irmão do português, que faleceu em 1950 na Colônia Juliano Moreira e teria migrado 1910.

Então o que faltava então apareceu. Um novo registro de José Gregório, que desembarcou  no Porto do Rio em 1912. Só que desta feita de um português de 18 anos, que embarcou no Porto português de Leixões, e que coincidia com a idade de nascimento do lusitano.

Aí veio o pulo do gato. Passei a procurar no site tombo.com por passaportes emitidos nos Distritos próximos ao Porto de Leixões, que fica na parte norte de Portugal, começando pelos distritos de cima para baixo, divisa com a Espanha, começando pelo Distrito de Viana de Castelo.

(OBS.: Os links para acessar os registros de passaportes então nas paginas iniciais dos Distritos, e não nos Concelhos ou Freguesia, o que reduz, significativamente o volume das buscas, principalmente considerando que os passaportes eram expedidos próximos as datas das viagens, com validade de, no máximo, três meses).

Em Viana do Castelo pude localizar o passaporte de José Gregório e nele constava que era natural de Caminha. A partir daí seria somente acessar a freguesia de Caminha e localizar o assento de batismo do português. Porém não estava conseguindo encontrar, era como se eu estivesse perdido a capacidade de pesquisar. Já considerava o fato da anotação no passaporte está errada.

Foi então que decidir pedir, mais uma vez, ajuda aos “universitários”, os amigos do fórum.cidadaniaportuguesa. Foi aí que o grande Kleber localizou, na mesma freguesia de Caminha, o assento de Batismo do Português, este o verdadeiro avô da minha mulher. Mas o detalhe foi observado:

1. O assento estava no livro de 1893, um ano antes da data de nascimento que constava da certidão de casamento expedida no Brasil, ou seja, o português nasceu em 1893, não em 1894. Mas o dia e mês estavam corretos.

2. Concluímos que o primeiro registro de passaporte, do Distrito de Castelo Branco, não se referia ao avô da minha esposa, mas a outro português.

O objetivo, quase único, deste relato é servir de orientações para os que estão buscando os mesmos documentos para iniciar o processo de nacionalidade. É tanto tempo de empreitada que, vez ou outra, nos causa desanimo. Mas não devemos desistir dos nossos sonhos. Os sistemas estão sempre se atualizado e, de repente, pode surgir um elemento que resultará no êxito das buscas.

Boa sorte a todos.

Comentários

  • @Virgilio , fico muito feliz por você ter achado o documento, pois sei bem pelo que passou neste tempo de procura, tive experiência parecida.

    Mas, foi muito bom encontrar este fórum onde todos se apoiariam e ajudariam uns aos outros. São momentos de desânimos, mas a persistência volta e chegamos ao êxtase na conclusão do processo todo.

    Muito bom todo seu relato aqui, um estímulo a todos nas dificuldades.

    Parabéns!

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