Em que Vapor vieram meus Bisavós Portugueses?
Olá, pessoal! Tudo bem?
Recentemente solicitei auxílio ao fórum na obtenção do Assento de Nascimento de meus Bisavós Portugueses (nesta Discussão: https://forum.cidadaniaportuguesa.com/discussion/27754/em-busca-do-assento-de-nascimento-certidao-de-batismo-de-meus-falecidos-bisavos-paternos-portugueses#latest), e rapidamente obtive uma ajuda descomunal. A partir disto, já solicitei a Certidão de Nascimento de ambos ao CRAV.
Gostaria, entretanto, de saber se é possível obter mais dados deles. Informações como o Vapor pelo qual vieram ao Brasil, em que data chegaram; ou até algum documento sobre a cidadania brasileira deles, são de grande interesse de minha família. Contudo, procurei exaustivamente no Arquivo Nacional Brasileiro e encontrei nada.
É possível obter alguma informação deste cunho deles?
Extremamente grato desde já! ☺️
Comentários
Se eles vieram por SP, você pode pesquisar no Museu da Imigração:
https://www.museudaimigracao.org.br/acervo/registro-de-matricula
Outros Estados também tem, acho que RS e SC, porém nunca pesquisei nada lá.
@Chrieso
Eu procurei durante anos (desde 2020) e nunca consegui encontrar. Eles se casaram em Portugal em 1893 e a primeira filha nasceu no Brasil em 1896. Procurei em todos os navios que pude encontrar entre essas 2 datas e nunca achei qualquer informação de como meus antepassados vieram parar aqui. Até o passaporte achei, mas eles não estavam em listagem de nenhum navio.
Então desde de 2024 eu conto que eles vieram a nado atravessando o Atlântico.
@Chrieso Encontrei do seu tetravô António Lucas de Almeida (pai da Celeste) que teve o passaporte emitido em 15/01/1891 com 30 anos de idade:
https://digitarq.arquivos.pt/documentDetails/0f2de434a27241efbd3ca252ae979752
Chegou ao Rio de Janeiro no navio Ibéria em 13//02/1891:
http://imagem.sian.an.gov.br/acervo/derivadas/BR_RJANRIO_OL/0/RPV/PRJ/04388/BR_RJANRIO_OL_0_RPV_PRJ_04388_d0001de0001.pdf
na página 8, com 30 anos de idade.
CÓDIGO DE REFERÊNCIA: BRRJANRIO.OL.0.RPV.PRJ.4388
DADOS IMIGRANTE
NOME: Antonio Lucas d Almeida Nº ORDEM0492 PARENTESCO: Nada consta IDADE (ano)
NAÇÃO/NACIONALIDADE: Portuguesa ESTADO CIVIL:Solteiro (a)PROFISSÃO: Agricultor(
DADOS DA VIAGEM: DATA DE CHEGADA: 13/02/1891 PORTO DE ENTRADA: Lisboa NAVIO Ibéria PROCEDÊNCIA: Portugal
DESTINO: Rio de Janeiro
Quanto ao bisavô, existe o registro de chegada de um Manoel da Silva Martins no Rio de Janeiro no navio Vestris em 06/10/1912. Seria ele?
http://imagem.sian.an.gov.br/acervo/derivadas/BR_RJANRIO_OL/0/RPV/PRJ/13534/BR_RJANRIO_OL_0_RPV_PRJ_13534_d0001de0001.pdf
página 5, Nº ordem 80.
@Nairolasai
Nossa, cara. É impressionante sua maestria nestas pesquisas. Como você consegue fazer isso? Parabéns, e saiba que sou extremamente grato a ti por descobrir mais sobre minhas origens.
O interessante é que, a despeito da chegada de António Lucas de Almeida ao Rio de Janeiro pelo Ibéria, seu passaporte foi emitido ao Rio Grande do Sul. Acho altamente provável que ele de alguma forma tenha dado entrada no Rio de Janeiro e posteriormente descido ao Porto de Rio Grande, local onde não existem documentações de imigrantes desta época no acervo nacional brasileiro.
Penso que o mesmo tenha se dado com Manoel da Silva Martins, tendo vindo ao Rio de Janeiro e posteriormente descido a Rio Grande. Sim, a data de chegada pelo Vestris em 1912 parece bater com a idade dele à chegada e ao nascimento de meu avô e seus irmãos. Acho altamente provável que seja ele, sim. O estranho é que o nome de Celeste não se encontra nos registros do mesmo Vapor, e é de meu conhecimento informal que ele tenha vindo junto dela ao Brasil, e que eles já tenham vindo de lá casados.
Novamente: muitíssimo obrigado! Não tenho palavras para agradecer.
@Chrieso De filhos e esposa é difícil mesmo achar os registros de chegada, pois muitas vezes o homem vinha sozinho e, depois de estabelecido, a família vinha como acompanhante de outra pessoa, essa sim constando dos registros de procura.
@Nairolasai O que achei estranho sobre Celeste é que, tendo ela nascido em 1890, seu pai António veio ao Brasil em 1891, tendo ela apenas um ano de idade, e tendo declarado ser "Solteiro" no passaporte. Simultaneamente, no Assento de Nascimento dela, a mãe dela, Maria Emília, meramente enviou uma procuradora para assinar o documento.
Isso é comum para a época? Olhando assim, externamente, com uma visão contemporânea, me deixa até com a impressão de que Celeste fora abandonada por seus pais.
@Chrieso
Os batismos em PT eram normalmente assinados só pelo pároco e os padrinhos.
No caso de Celeste, a madrinha (Rita Maria) estava ausente e ela que mandou uma procuradora - que é a avó paterna (Maria Luiza). No fim, a procuradora não assinou o batismo por ser analfabeta (algum muito comum na época em PT).
Como contexto, essa questão do analfabetismo generalizado explica uma parte dos erros e inconsistências que vemos nos registros em PT e no BR na época. Muitas pessoas não tinham a mínima ideia do que realmente constava nesses documentos.